O personagem de Redford no filme e o candidato a candidato do Partido Republicano nas próximas eleições presidenciais americanas, Donald Trump, não têm nada em comum, salvo o cabelo amarelo. Mas são duas piadas que chegaram mais longe do que alguém poderia imaginar. Esta não é a primeira vez que Trump se apresenta como candidato à presidência dos Estados Unidos, mas é a primeira vez que passa de uma opção ridícula a uma possibilidade clara. É difícil – agora já matematicamente – que não seja ele o candidato escolhido pela próxima convenção do seu partido. Foi o mais performático e saliente de uma trupe de concorrentes particularmente opacos e pode dizer tudo o que quiser. Está dizendo as barbaridades que sempre disse, só que, hoje, elas são o que muita mais gente está pensando. O conservadorismo responsável não conseguiu deter Trump enquanto era tempo. O ridículo também não. E agora?
Oscars. Não entendi o Oscar para o Leonardo DiCaprio, que, no filme, passa tanto tempo sofrendo que não tem tempo para atuar (deveriam ter dado o prêmio para a ursa), mas a Academia se saiu bem no que todos esperavam ver, sua reação às alegações de racismo, já que este ano nenhum indicado para qualquer prêmio era afrodescendente. Optou pela autogozação, no que fez bem. Mas a melhor resposta que se viu foi a da presidente da Academia, Cheryl Boone Isaacs, que falou sobre a importância da diversificação no cinema, mas não precisava ter dito nada. Ou foi uma ilusão de ótica minha ou a sra. Isaacs é negra.