Peter Nygard, barão da moda no Canadá, é preso acusado de tráfico sexual

Estilista também enfrenta ações coletivas na esfera civil que o acusam de comportamento sexual inadequado perante dezenas de mulheres

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

O estilista canadense Peter Nygard foi acusado nesta terça-feira, 15, de tráfico sexual, extorsão e outros crimes cujas vítimas eram mulheres e garotas menores de idade por mais de 25 anos em três países diferentes, informaram as autoridades americanas.

A polícia canadense prendeu Nygard em Winnipeg, Manitoba, na segunda a pedido do governo dos EUA e sob o tratado de extradição dos dois países.

Peter Nygard fotografado no dia 2 de março de 2014, em Beverly Hills, Califórnia. Nygard foi preso sob acusações de tráfico sexual, extorsão e outros crimes Foto: Annie I. Bang /Invision/AP, File

PUBLICIDADE

O procurador dos EUA em Manhattan, Audrey Strauss, disse que Nygard, de 79 anos, usa desde 1995 sua influência e negócios para "recrutar e manter" vítimas nos Estados Unidos, Canadá e nas Bahamas para satisfazer sexualmente a si e a associados.

Nygard fez uma aparição perante um juiz em Winnipeg, onde ele usava uma máscara branca, uma camiseta cinza e calça de moletom, com o cabelo preso. Elkan Abramowitz, um advogado de Nova York que representa o estilista, não quis comentar o assunto.

Nygard também enfrenta ações coletivas na esfera civil que o acusam de comportamento sexual inadequado perante dezenas de mulheres. Ele nega as alegações.

Nascido na Finlândia, Nygard cresceu em Manitoba, e aos poucos criou uma empresa de roupas com seu próprio nome, tornando-se uma das pessoas mais ricas do Canadá.

As autoridades disseram que as vítimas eram atacadas por Nygard ou seus associados, induzidas a tomar drogas, e que ele escolhia vítimas de contextos desvantajosos ou que haviam sofrido abusos.

Publicidade

O indiciamento por nove crimes diz que Nygard usava diversos meios para recrutar vítimas. Entre eles, o que se chamava de Pamper Parties, bancadas pela sua empresa, onde havia comida, bebida e serviços de spa gratuitos, nas suas propriedades na Califórnia e nas Bahamas.

A investigação aponta que Nygard levava algumas vítimas (a quem ele chamava de "namoradas") para clubes de swing onde elas seriam intimidadas a ter relações sexuais com outros homens, "para facilitar Nygard a fazer sexo com outras melhores e para sua própria satisfação sexual".

Ele também usou ameaças de prisão, danos morais e processos judiciais para silenciá-las.

Em fevereiro, Nygard deixou o cargo de presidente da Nygard International depois que o escritório em Nova York foi investigado pelo FBI.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.