
29 de junho de 2020 | 11h00
Você está com dificuldade para dormir durante a pandemia do novo coronavírus? Pois saiba que não é o único. Uma pesquisa inédita no Brasil, realizada pela The Bakery, empresa internacional de inovação corporativa, revela que quase a metade da população está tendo mais dificuldades para dormir por causa das mudanças de rotina provocadas pelo intitulado ‘novo normal’. Meditação, exercícios físicos, boa alimentação, medicamentos e aplicativos que induzem o sono, nessa ordem, são as soluções procuradas por 47% dos entrevistados para resolver o problema.
E o que mais tira o sono dos brasileiros atualmente? De acordo com o estudo, que ouviu 780 pessoas em todas as regiões do País entre os dias 27 de maio e 3 de junho, o que mais preocupa os brasileiros é a saúde, antes mesmo de questões econômicas e de trabalho. Quando a pesquisa foi realizada, grande parte das pessoas já estava em quarentena há mais de 60 dias.
A pesquisa "O que tem tirado o sono do brasileiro durante a pandemia?" é resultado do trabalho liderado por especialistas do programa de inovação The Bakery Health Lab, braço de saúde da companhia, que atua em 30 países do mundo.
A diretora do programa, Ana Cláudia Rasera da Silva, afirma que, apesar de 83% dos entrevistados estarem ativos no mercado de trabalho, apenas 22% do total disseram ter medo de perder o emprego. "Pedimos para elencarem as três maiores preocupações nesse período de pandemia e as questões relacionadas à saúde se destacaram. Em primeiro lugar, perder alguém próximo vítima do coronavírus (69%). Ficar doente foi apontado por 38% e o equilíbrio mental, por 26%. O receio quanto à situação econômica do país foi citado por 43% e as turbulências políticas, por 28%", ressalta a especialista em Bioquímica.
Para 45% dos entrevistados ouvidos pela The Bakery, a quarentena mudou de maneira expressiva o cotidiano que levavam. A adaptação à nova rotina profissional foi um dos pontos avaliados: 67% deles passaram para o home office e 35% dizem estar trabalhando mais do que antes.
Criar e manter uma rotina que contemple exercícios físicos e equilíbrio da saúde mental foram apontados como os principais desafios na área pessoal. De cada 10 pessoas, sete dizem que tem se exercitado menos do que antes da chegada do novo coronavírus.
A diretora do The Bakery Health Lab destaca que a pandemia e a quarentena forçaram uma transformação no ritmo de vida das pessoas acompanhada por novos sentimentos. "Se antes estávamos muito no piloto automático, sem tempo para pensar nos nossos planos futuros, agora tivemos a chance de desacelerar. Isso foi visto como um benefício, porém, o fato de as pessoas ficarem isoladas em casa também provocou o surgimento de sensações ligadas à ansiedade (42%), ao estresse (14%) e ao medo (10%)", analisa Ana Cláudia Rasera da Silva.
O estudo revela ainda que, enquanto 66% dos entrevistados afirmam que não utilizam nenhum tipo de tecnologia específica para auxílio na hora de dormir ou para tratar de sua saúde mental, aqueles que passaram a usar algum tipo de tecnologia durante a quarentena citaram principalmente plataformas de vídeo como o Zoom, Whereby, Google Hangouts/Meet para manter o contato com amigos e família. Ao mesmo tempo, um terço dos entrevistados está achando mais desafiador socializar com pessoas virtualmente.
Aqueles que disseram usar aplicativos para monitorar o sono e acessórios para ajudar a dormir somam apenas 3,2%. Os que usam apps para meditação somam 15% e 13% para exercícios físicos. Sobre consultas com psicólogos ou médicos especialistas em saúde mental e qualidade do sono, 8% dos entrevistados disseram fazer uso da tecnologia para estes fins. "O estresse, durante a quarentena, aumentou em mais de 70%, e poucas pessoas já fazem o uso de tecnologias direcionadas para este campo. Trata-se de uma grande oportunidade de mercado para profissionais, empresas e startups que desenvolvem e oferecem produtos e serviços ligados ao bem-estar e à saúde", afirma Marcone Siqueira, sócio e cofundador da filial brasileira da The Bakery.
Felipe Novaes, sócio e diretor executivo da companhia, acrescenta que uma das conclusões da pesquisa é que há um imenso potencial de crescimento para o mercado de inovação. "Soluções como as sleep techs, que são as tecnologias criadas para diagnosticar, tratar transtornos e melhorar a qualidade do sono, estão se desenvolvendo de forma acelerada, mas o acesso e o conhecimento da população em relação a esse tipo de solução ainda são restritos. Nesse sentido, a pandemia impulsionou o uso desses aplicativos e tecnologias e a tendência é que mais ideias e soluções surjam para ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas", conclui.
A pesquisa "O que tem tirado o sono do brasileiro durante a pandemia?" ouviu pessoas de todas as faixas etárias (29% até 29 anos, 34% de 30 a 39 anos, 15% de 40 a 49 anos e 22% com mais de 50 anos) e situação profissional (29% empregado de grande empresa, 23% empregado de pequena ou média empresa, 14% autônomo, 12% empreendedor, 7% estudante, 6% desempregado, 4% aposentado/pensionista, 5% servidor público). Das 780 pessoas entrevistadas, foram 768 por questionários online (pesquisa quantitativa) e 12 através de perguntas por telefone (pesquisa qualitativa).
O relatório completo inclui as análises dos dados, trechos das entrevistas abordando as dificuldades da quarentena, observações de profissionais de saúde mental e mapeamento das tecnologias mais avançadas para a saúde do sono.
Receba no seu email as principais notícias do dia sobre o coronavírus
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.
25 de maio de 2020 | 08h29
Muita gente está com problemas de insônia, seja dificuldade para pegar no sono ou manter uma noite tranquila. Assim, as medicações alopáticas, conhecidas como tarjas pretas, tiveram grande aumento na procura após a pandemia do novo coronavírus.
No entanto, o farmacêutico homeopata Jamar Tejada alerta para os perigos das medicações indutoras do sono. “O problema é quando uma pessoa se acostuma com a droga inserida na rotina sem interrupções, daí então o cérebro começa a entender que não há necessidade de produzir naturalmente os hormônios indutores sono - já que os mesmos já virão através da medicação. Este é um ciclo vicioso que pode ser perigoso, além de causar irritabilidade, podendo levar à depressão”, alerta o farmacêutico.
Segundo o especialista, estresse e ansiedade são os vilões. “Toda pessoa tem seu ritmo biológico e qualquer quebra neste ciclo – seja mudança de rotina, perda de ente querido, desemprego, dívidas, desentendimentos ou qualquer atividade intensa - pode desregular o hormônio indutor do sono: melatonina, assim como a carência nutricional, a associação de substâncias químicas e remédios e o processo de envelhecimento”, explica.
Para não cair na dependência, os tratamentos naturais são eficazes e muito mais seguros a longo prazo. Além disso, eles podem tratar diferentes fases e etapas da vida, com poucas contra indicações e sem deixar o organismo ‘preguiçoso’.
Jamar Tejada indica algumas medidas simples, que podem ser feitas em casa, para acabar com as noites mal dormidas. Alguns fitoterápicos como Valeriana, Passiflora e Melissa podem ser consumidos em infusões das folhas, como chás, ou manipuladas em cápsulas. “Lembrando que, mesmo naturais, essas plantas possuem algumas contra-indicações. A valeriana e a passiflora não são indicadas para gestantes. A melissa em caso de hipotireoidismo ou de tratamento com hormônios tireoidianos aumenta o efeito desses hormônios, nesses casos, deve ser evitada”, alerta.
O farmacêutico homeopata faz uma lista de coisas que podem ser feitas para driblar a insônia em tempos de quarentena:
- Praticar 30 minutos de atividade física ao dia: o corpo em movimento libera a dopamina, que relaxa e induz ao sono.
- Ter cuidado com o jantar: Escolha fazer uma boa e leve refeição após às 18h evitando alimentos gordurosos que podem atrasar o processo digestivo.
- Beber uma xícara de leite morno: a bebida contém ácido lático que é um excelente indutor do sono.
- Florais de Bach: As essências Florais de Bach são extratos líquidos naturais e altamente diluídos obtido de flores, que se destinam ao equilíbrio dos problemas emocionais, operando em níveis vibratórios sutis e harmonizando a pessoa no meio em vive. O objetivo da terapia floral é o equilíbrio das emoções do paciente buscando a consciência plena do seu mundo interior e exterior.
Os óleos essenciais também são recomendados por Jamar Tejada. De acordo com o especialista, quando inalados, chegam ao hipotálamo, região do cérebro que controla as emoções. Para usá-los, basta pingar duas gotas em um recipiente com água fervendo e deixá-lo no quarto de dormir. Os óleos mais utilizados:
- Lavanda: possui ação sedativa, que ajuda a relaxar a mente e o corpo;
- Bergamota: atua no sistema nervoso central, controlando o estresse e a ansiedade;
- Camomila: tem propriedades calmantes, para manter a mente relaxada;
- Manjerona: sua ação sedativa dá conforto e tranquiliza o corpo;
- Vetiver: age relaxando a mente, diminuindo o estresse e a insônia.
Receba no seu email as principais notícias do dia sobre o coronavírus
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.
29 de dezembro de 2008 | 12h45
Um estudo conduzido por pesquisadores britânicos sugere que pessoas com insônia têm mais chances de sofrer de paranóias como mania de perseguição.A pesquisa, realizada por uma equipe do King's College, em Londres, examinou a relação entre insônia e paranóias em pessoas saudáveis e em pacientes com problemas mentais. Os especialistas observaram que 70% das pessoas saudáveis que disseram ter perturbações psíquicas também sofriam de insônia. Entre os pacientes psiquiátricos, mais da metade também apresentou o mesmo quadro.O autor do estudo, Daniel Freeman, disse que noites de pouco sono podem provocar estresse, confusões mentais e a sensação de estar desconectado do mundo."Estas são as condições ideais para o aparecimento de pensamentos paranóicos", disse Freeman."Sono regular e de boa qualidade é fundamental para o nosso bem-estar psicológico", acrescentou.A equipe chefiada por Freeman não esclareceu se é a insônia que causa os problemas mentais ou o contrário."A boa notícia é que há várias formas de vencer a insônia", disse Freeeman."O uso de técnicas para dormir durante o dia pode ajudar a pessoa a se sentir mais segura e menos desconfiada. Uma boa noite de sono pode simplesmente nos fazer ver o mundo de forma muito mais positiva".A pesquisa foi divulgada na publicação especializada Schizophrenia Research.BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
Encontrou algum erro? Entre em contato