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Período áureo foi da criação até 1968

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Por Redação
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Embora tenha durado até 1976, a revista Realidade teve seu período áureo, na avaliação do jornalista José Carlos Marão, no triênio que se estendeu de seu número de estreia, em 1966, até 1968. As limitações impostas pelo Ato Institucional n.º 5, em dezembro daquele ano, e brigas internas que culminaram com pedidos de demissão de quase todos os nomes da equipe inicial, na mesma época, foram as responsáveis pela interrupção daquele bom momento inicial. Marão, assim como José Hamilton Ribeiro, Luiz Fernando Mercadante e outros, acabariam voltando em meados de 1969, para a segunda fase. "Até tentamos recuperar aquele primeiro momento, mas o entusiasmo já não era o mesmo", lamenta Marão. O terceiro e último momento foi marcado por uma mudança mais radical, quando a editora optou pela redução do tamanho da publicação e pela implantação de um modelo editorial no estilo da Seleções, do Readers Digest.A ideia inicial de Marão era reunir apenas textos daquela primeira fase, mas José Hamilton fez questão de duas reportagens que assinou no segundo momento, "Qual é o seu mundo, Chico Xavier?", de novembro de 1971, e "Chico põe nossa música na linha", de fevereiro de 1972, um bate-papo dele com Chico Buarque (assinado também pelo músico). Além de escritos dos dois jornalistas, há alguns poucos de colegas dos três primeiros anos de Redação: Narciso Kalili ("Revolução na igreja", de outubro de 1966), Sergio de Souza ("Eu vivi o racismo nos EUA", de setembro de 1968), Eurico Andrade ("A cidade vai comer", de dezembro de 1967) e Paulo Patarra ("Ninguém manda nestas crianças", de janeiro de 1968).Tema de inúmeras dissertações (Marão destaca como a melhor a de Adalberto Leister Filho), a revista Realidade também já foi lembrada por outros antigos repórteres, como Carlos Azevedo, em Cicatriz de Reportagem, e Luiz Fernando Mercadante, em 20 Perfis e Uma Entrevista.

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