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"Perdidas" reúne patricinhas em conversa de bar

Magali Biff, Suzana Alves, Rachel Ripani, Mariana Hein, Uirá Iracema e Melina Anthis jogam conversa fora na mesa do bar do Teatro N.Ex.T. O público pode beber cerveja enquanto assiste à peça

Por Agencia Estado
Atualização:

Elas têm dinheiro. Consomem roupas de grife, silicone e drogas. Fazem sexo de forma autodestrutiva. E amam muito tudo isso. Mas a satisfação plena parece não ser mesmo uma dádiva ao alcance dos mortais. A fúria consumista das patricinhas começa a ser acrescida de outras fontes de busca de prazer, entre elas, a prostituição. Na badalada autobiografia da patricinha francesa Lolita Pille, Hell Paris 75016 (Editora Intrínseca), ela chama a si mesma e suas amigas de ´putinhas´. Muito antes da publicação do livro de Lolita, o depoimento de uma garota rica que faz programas para quebrar o tédio serviu de ponto de partida para o dramaturgo Leo Lama escrever a peça Putas, que estreou em 1999, sob direção de Roberto Lage. Com título de Perdidas, a peça ganha nova montagem que estréia hoje à noite, desta vez dirigida pelo autor, no bar no Teatro N.Ex.T. Isso mesmo. No bar. Nesse espetáculo, o público se acomoda nas mesas e pode até tomar uma cervejinha, enquanto ouve o papo de seis amigas que conversam na mesa ao lado. Fizeram faculdade juntas. Nenhum desejo real de ampliar conhecimento. Apenas ter o necessário curso superior. Para nada. São ricas. O encontro é casual. Bebem. Conversam em voz alta. "Faz parte do comportamento dessa gente a exposição de suas intimidades", comenta Leo Lama. "Elas se reúnem para falar bobagem, beber, conversar. Falam de um jeito vulgar e displicente de coisas íntimas que deveriam ser tratadas com delicadeza. Não posso antecipar, mas na noite retratada na peça, explodem revelações. E há uma virada final". No elenco, as atrizes Magali Biff, Suzana Alves, Rachel Ripani, Mariana Hein, Uirá Iracema e Melina Anthis. A intenção do autor é a crítica ao comportamento dessas personagens e à "uma sociedade que compara mulheres a cascos de cerveja". Chama atenção, portanto, a presença no elenco da atriz Suzana Alves, a Tiazinha. "Pode parecer contraditório, mas a peça fala disso e acaba funcionando como autocrítica corajosa. E, antes de mais nada, Suzana se revelou uma ótima atriz", argumenta o diretor. O dramaturgo aposta na empatia do espetáculo.

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