Penélope: a MTV tem nova embaixatriz do rock

Filha do músico baiano Marcelo Nova e desde garotinha fã de grupos como Kiss e AC/DC, Penélope Nova vai estrear como VJ em novo programa. De rock, claro

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Por Agencia Estado
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Aos 7 anos de idade, Penélope Cotrim Nova ouvia Kiss e AC/DC. Em sua discoteca, um álbum Os Saltimbacos e a trilha sonora do desenho animado Família Barbapapa se espremiam entre discos de rock pesado numa mistura esdrúxula incentivada pelo pai - o músico baiano Marcelo Nova, ex-Camisa de Vênus, uma das bandas brasileiras de maior sucesso nos anos 80. "Ele era dono de uma loja de discos em Salvador", conta Penélope. "Eu costumava ficar lá cheirando os vinis novos. Até hoje tenho saudades desse cheiro, que é muito bom." Vinte anos depois dessa primeira experiência sinestésica, Penélope vai estrear como VJ da MTV apresentando um novo programa - sobre rock, é claro. Ex-representante de gravadoras e funcionária do departamento de relações- artísticas da MTV há quatro anos, ela estava habituada a ser a interlocutora oficial dos metaleiros nas coberturas de shows do gênero. Loira, cabelos longos, tatuadíssima - exibe 16 desenhos espalhados pelo corpo - , seios ostensivamente fartos - "tenho quase um metro de busto" - , Penélope é uma musa roqueira. Apesar da identificação com os metaleiros, a VJ dos piercings e tatuagens não se considera uma integrante da tribo. "Sou eclética." Gosta bastante de rock, mas também ouve tecno, música alternativa e até algumas coisas de MPB. Nada de autógrafo No programa Riff, que irá apresentar a partir do dia 24, aos sábados, entre 17 e 18 h, Penélope irá falar basicamente sobre "gêneros musicais porrada", conforme definição da própria MTV. A nova VJ não gosta da palavra VJ. "Carrega uma conotação de celebridade que me desagrada", explica. Antes mesmo da estréia do programa, ela vem sendo esperada, na porta da MTV, por fãs em busca de um autógrafo ou de uma fotografia. "Foto eu até tiro, mas me recuso a assinar meu nome em um pedaço de papel. Não vejo muito sentido nisso." Talvez porque a popularidade não seja, para ela, uma novidade. Na adolescência, Penélope se irritava com o assédio ao pai quando ele ia buscá-la no colégio e pedia que Marcelo a esperasse duas quadras acima da saída. Nessa época, começou a entrar em atrito com Nova. "Meu pai era distante e, por incrível que pareça, um conservador, machista até." Só agora, justamente por causa de seu trabalho como VJ, ela voltou a se aproximar dele. "Ele me ligou para dar os parabéns e acabamos tendo uma conversa séria. Me chamou de ´minha garota tatuada´ e eu senti, com isso, que agora ele me aceita como sou. Justo meu pai, um rebelde, não queria que eu as fizesse de jeito nenhum."

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