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Peça discute a crise conjugal contemporânea

Mulher emancipada e marido desempregado são os personagens de Mais Que Imperfeito, nova peça de Marcelo Rubens Paiva, em cartaz em São Paulo

Por Agencia Estado
Atualização:

Casamento em crise? A mulher salva o casamento, diziam nossas avós. A mulher sempre dá um jeitinho de fechar os olhos, afinal, nada pior do que ser uma desquitada. Essa realidade, rendeu muitos dramas e tragédias, na vida e no palco. Mais Que Imperfeito, a nova peça de Marcelo Rubens Paiva, em cartaz no Teatro Augusta, promete explorar esse velho tema sob um novo enfoque. Rafael Ponzi é o diretor da peça que retrata um casamento em crise. O problema agora não é mais a submissão, mas a emancipação feminina. "A situação atual está mesmo para a comédia. É patético o esforço do homem machista tentando adaptar-se à nova atitude feminina." Ano passado, Paiva levou ao palco Da Boca para Fora - E aí Comeu?, cujo tema era o das relações amorosas vistas sob o ponto de vista masculino. Desta vez, ele aborda o mesmo tipo de relacionamento dentro do casamento. Aline e Kito eram um casal feliz. Mas a relação começa a fazer água quando a carreira da mulher deslancha. Clara Garcia interpreta Aline, uma jovem médica, viciada em trabalho, que começa a obter reconhecimento profissional. Antônio Gonzalez é Kito, seu marido, músico desempregado. "Ela não faz nada em casa, está preocupada com sua tese de doutoramento. Trocar o forro do sofá é tarefa dele", brinca Paiva. Como a maioria dos músicos brasileiros, Kito não consegue obter o mesmo tipo de "segurança" profissional da mulher. E, claro, ressente-se por isso. Para complicar tudo, entra na vida deles Rui (Tato Gabus Mendes), o vizinho metido a conquistador e uma amiga de Aline (Ingra Liberato), ex-namorada de Kito. "No fundo, é uma peça sobre o tempo, sobre as escolhas que se faz na vida. A pergunta que Kito faz a si mesmo é: será que dá para voltar no tempo?" Escritor, dramaturgo e jornalista, Marcelo Rubens Paiva tornou-se nacionalmente conhecido por causa do romance Feliz Ano Velho, Prêmio Jabuti em 1983. Adaptado por Alcides Nogueira, o livro ganhou os palcos com um espetáculo muito bem-sucedido, sob direção de Paulo Betti. Mais que Imperfeito. Teatro Augusta (R. Augusta, 943, tel.: 3151-4141) Sexta, às 21h30; sábados., às 20h e 22h30; domingo, às 19h. R$ 25 (6.ª); R$ 35 (sáb.); R$ 30 (dom.).

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