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Peça Chapa Quente é inspirada em quadrinhos

O diretor do grupo Cemitério de Automóveis, Mário Bortolotto, leva hoje aos palcos sete histórias urbanas escritas e desenhadas por André Kitagawa

Por Agencia Estado
Atualização:

Os quadrinhos de André Kitagawa serão levados ao palco pelo diretor do grupo Cemitério de Automóveis, Mário Bortolotto, no espetáculo Chapa Quente, que estréia hoje no Viga Espaço Cênico, às 21h30. Sete histórias urbanas, escritas e desenhadas por Kitagawa, entre elas Balada Sangrenta e Paranga Insana, serão projetadas num telão negro. Os dez atores ora vão contracenar com os quadrinhos, ora serão "transportados" para dentro dos quadrinhos. "As histórias já existiam, mas tive de modificar os tipos físicos dos personagens para se parecerem com os atores", conta o desenhista. É a primeira vez que o Cemitério de Automóveis faz uma produção desse tipo. E não esperem nada parecido com o Pessoas Invisíveis, montado pelo Armazém Companhia de Teatro, ou Avenida Dropsie, de Felipe Hirsch, ambos inspirados nos quadrinhos de Will Eisner. "Foi uma piração minha com o Kitagawa. Como eu queria ser fiel ao texto dele, chamei-o para ser co-diretor", diz Bortolotto. Existem quadrinhos tanto estáticos quanto animados, assim como em preto-e-branco e coloridos. As vozes in off para a animação são dos próprios atores, uma vez que são eles mesmos que estão sendo representados nos desenhos. "O André também utilizou balões para alguns quadros." Os quadrinhos contam histórias "basicamente urbanas", de acordo com Bortolotto. "Se elas fossem encenadas, talvez ficassem agressivas, violentas demais. Mas como são quadrinhos, acho que as histórias são amenizadas", diz o diretor. "As histórias que eu escrevo são baseadas em tudo aquilo que observo no meu dia-a-dia. Desenho apenas de memória e assim crio uma espécie de cidade imaginária", explica Kitagawa. O encontro de Bortolotto com o desenhista se deu há cerca de dois anos. Foi pela internet que o diretor conheceu a arte de Kitagawa e, de lá para cá, eles vêm amadurecendo a idéia. "Nunca tive a pretensão de levar os meus quadrinhos para o palco e ainda mais de ajudar na direção do espetáculo", diz o desenhista, formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. "Mas é claro que eu só ajudei na parte da projeção das imagens mesmo, afinal, não entendo muito de teatro." Kitagawa desenha pelo método "antigo" mesmo, com pincéis japoneses, "aqueles que são utilizados para fazer ideogramas", conta. Mas não dispensa o uso do computador para o acabamento dos quadrinhos para montar, corrigir e inserir texturas, por exemplo. "Não existem traços digitais nos meus desenhos. Tento, ao máximo, deixá-los com cara de que foram feitos à mão mesmo." A iluminação, neste caso, teve de ser pensada com cuidado. Qualquer erro poderia afetar na compreensão dos desenhos projetados. "Não pudemos usar luz geral, frontal ou diagonal. Só usamos focos", conta Bortolotto, que assina a iluminação com Marcelo Montenegro. Chapa Quente. Viga Espaço Cênico (64 lug.). R. Capote Valente, 1.323, Pinheiros, 3801-1843, metrô Sumaré. 6.ª e sáb., 21h30; dom., 20h30. R$ 20. Até 2/7

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