Peça "Arsênico e Alfazema" retoma comédia maluca

Sucesso na Broadway, nos anos 1930, e no cinema, com direção de de Frank Capra, em 1945, estréia hoje no Centro Cultural Banco do Brasil

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Por Agencia Estado
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Sucesso na Broadway no fim da década de 1930 e adaptada para o cinema pelo diretor americano Frank Capra, em 1945, com Cary Grant e Peter Lorre no elenco (exibido aqui como Este Mundo É Um Hospício), a amalucada comédia Arsênico e Alfazema nunca saiu dos planos do diretor e ator Alexandre Reinecke. O texto resiste ao tempo graças à engenhosidade com que suas cenas são encadeadas e, principalmente, ao rasgado humor negro. Reinecke, que fez parte do elenco da última montagem brasileira da peça, em 1996, preparava uma nova encenação quando recebeu um convite do Centro Cultural Banco do Brasil para ocupar sua sala. "Apressamos a sessão de ensaios para não perder a chance", conta o diretor, cuja montagem estréia hoje, para convidados. Escrita por Joseph Kesselring, a peça se passa na casa de Abby (Denise Weinberg) e Martha Brewster (Ana Lúcia Torre), duas velhinhas de aparência ingênua, que atraem senhores solitários com anúncios de quartos para alugar e os envenenam para que não sofram mais com a solidão. Elas moram com o sobrinho Teddy (Flávio Faustinoni), que acredita ser o presidente Roosevelt. O rapaz ajuda as tias a enterrar os "cavalheiros" assassinados no porão da casa, onde imagina que estão localizadas as comportas do Canal do Panamá. A confusão aumenta quando Mortimer (Paulo Coronato), irmão de Teddy e crítico de teatro, chega com a vizinha Elaine (Bárbara Paz) para anunciar seu casamento e descobre os assassinatos. Renato Caldas vive Johnatan, o terceiro irmão, assassino procurado pela polícia, que vem acompanhado por Dr. Einstein (Ary França), um cirurgião plástico que transforma seu rosto a cada novo crime cometido. "É uma comédia alucinada, que tem um ritmo rápido, de tirar o fôlego", comenta Reinecke que, fascinado pela versão cinematográfica de Frank Capra, decidiu imprimir não apenas a mesma velocidade como idêntica tonalidade - assim, toda a montagem é em preto-e-branco, desde o cenário até o figurino e a maquiagem. "Somente o cálice com vinho envenenado é que tem uma tonalidade tinto bem forte." A decisão representou um desafio para a figurinista Lola Tolentino. "No início, fiquei preocupada, pois usar apenas preto-e-branco seria muito limitante", explica. "Mas as variações em cinza permitiram manter tanto a moda da época como criar modelos funcionais e bonitos." Também a trilha sonora composta por Guga Bernardo e supervisão musical de Marco Boaventura e a iluminação de Ari Nagô, além do cenário de J.C. Serroni, buscaram referências cinematográficas. Arsênico e Alfazema - De Joseph Kesselring. Direção Alexandre Reinecke. 90 minutos. 12 anos. Centro Cultural Banco do Brasil (130 lugares). Rua Álvares Penteado, 112, centro, 3113-3651, metrô Sé. Quinta a sábado, às 20 horas; domingo, às 19 horas. R$ 15. Até 3/10. Estréia hoje, somente para convidados

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