
27 de novembro de 2012 | 10h06
Tal versatilidade poderá ser comprovada nesta terça-feira, na Sala São Paulo, quando Paulo Szot faz o último concerto do ano do projeto Música pela Cura, série internacional realizada pela TUCCA, a Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer. Acompanhado pela Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí e sob a regência do maestro João Maurício Galindo, o intérprete de 43 anos, descendente de poloneses, não esconde um certo nervosismo. "Visitei as crianças assistidas pela TUCCA e fiquei emocionado com o trabalho realizado lá", disse ele, em conversa com a reportagem. "Senti aumentar minha responsabilidade nesse concerto."
A segurança estará de volta certamente quando pisar o palco da Sala São Paulo - Szot escolheu um repertório no qual trafega com tranquilidade, variando entre as obras de Richard Wagner e Gustav Mahler e as célebres canções de Rodgers e Hammerstein, Cole Porter, sem se esquecer da música brasileira, bem representada por Tom Jobim, Chico Buarque e Pixinguinha. "São temas que se adaptam bem à minha voz, além de realizar minha vontade de cantar músicas do Brasil."
Paulo Szot desfruta de uma liberdade única - depois de enfrentar tanto a cara amarrada dos cantores de ópera, que não toleravam a "traição" de quem envereda para o musical, como de seus colegas de Broadway, inicialmente céticos quanto à capacidade de atuar dos que vêm da ópera, ele consegue hoje mesclar plateias que habitualmente não se misturavam. "Percebi que diversas pessoas que me viram atuar em South Pacific ficaram curiosas e assistiram também às óperas. E também o contrário aconteceu", festeja.
A transição, aliás, da ópera para os musicais, seguiu um roteiro que inspiraria um bom filme: foi durante uma apresentação em Boston, em 2007, que seu agente o convenceu a participar das audições para uma nova montagem "South Pacific", clássico da dupla Richard Rodgers e Oscar Hammerstein II. Bastou um teste para os produtores constatarem que Szot tinha tudo para criar o perfil do sedutor Emile de Becque, fazendeiro francês que mantém um romance com uma enfermeira americana (Kelli O?Hara), em uma ilha da Polinésia.
Sua rotina, agora, se divide. Szot vai se apresentar no Scala de Milão, enquanto estuda papel para um novo musical. "Sempre quis ser cantor, independente do estilo", confessa. "O que realmente importa é cantar uma boa música." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
PAULO SZOT
Sala São Paulo (Praça Júlio Prestes, s/nº). Tel. (011) 3223-3966. Terça, 21 h. R$ 250/ R$ 300.
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