Paulo Coelho lança livro na ABL

Ele autografa sexta-feira O Demônio e a Srta. Prym e diz que revoluções como a da informática vão "influenciar a vida humana por décadas o séculos"

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Por Agencia Estado
Atualização:

O escritor Paulo Coelho lança nessa sexta-feira, na Academia Brasileira de Letras (Av. Presidente Wilson, 203, Rio de Janeiro), às 17h, o livro O Demônio e a Srta. Prym (Objetiva, 214 págs., R$ 19,90). A obra, que estará à venda nas livrarias e bancas de jornal, sai com tiragem inicial de 210 mil exemplares, um recorde, e chega simultaneamente aos mercados português e italiano. Segundo o autor, trata-se do último livro do que chama de trilogia E no sétimo dia..., da qual também fazem parte os Na Margem do Rio Piedra eu Sentei e Chorei (1994) e Veronika Decide Morrer (1998). São histórias que se passam no decorrer de uma semana em que os personagens têm de enfrentar questões existenciais profundas, ligadas ao amor, à morte e ao poder - "Que são os temas que realmente tocam as pessoas", afirma Coelho. "Acredito que as grandes transformações pessoais e mesmo coletivas acontecem muito rapidamente", disse ele do Rio, por telefone. "Veja o caso de revoluções como a francesa, a russa, a industrial e a da informática: são mudanças que se passam num breve período de tempo, mas que vão influenciar a vida humana por décadas ou até mesmo séculos." O Demônio e a Srta. Prym narra a história de um pequeno vilarejo que tem sua vida pacata transformada com a chegada de um estrangeiro disposto a testar seu caráter. Ele quer saber se, naquela aldeia de 281 habitantes, que funciona como um laboratório da humanidade e em que todos têm a fama de honestos e cumpridores de seus deveres, existe também o mal. Para isso, o visitante esconde ouro na região a fim de levar alguma daquelas pessoas a cometer um crime. O estrangeiro desequilibra o aparente equilíbrio, e por aí desencadeia-se a narrativa. Para Coelho, ser bom ou ser mau é uma questão de controle: o mal está em todos. "Todos nós temos um anjo ou um demônio dentro de nós e sabemos muito bem a diferença", diz. A aldeia de Viscos, separada do mundo, funciona como um símbolo do que se passa na aldeia global, acredita Coelho. No mundo atual, os valores também estariam sendo invertidos rapidamente. "Vinte anos atrás, matar crianças era considerado um crime; hoje, Madeleine Albright vai à TV e diz que o fato de as crianças iraquianas estarem morrendo devido ao embargo comercial é justificável", argumenta. Até junho de 2000, segundo sua editora, Paulo Coelho, cujas obras já foram lançadas em 120 países, havia vendido um total de 29 milhões de exemplares. Seu primeiro romance, O Alquimista, vendeu 11 milhões.

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