Paulo Coelho e Saramago lamentam por Jorge Amado

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Por Agencia Estado
Atualização:

O escritor best seller brasileiro Paulo Coelho e o prêmio Nobel português José Saramago lamentaram, em entrevista por telefone, a morte de Jorge Amado. Coelho, que conheceu Amado após ter entrado para lista dos mais vendidos na França, relembrou a carta que recebeu do escritor baiano dias após o feito. "ele que era o único que poderia ter inveja mandou-me uma carta dando os parabéns", afirmou. Saramago, por sua vez, ressaltou a generosidade de seu companheiro de profissão. Disse não se surpreender caso o governo brasileiro decrete luto nacional, "um luto que eu penso que deveria ser estendido a todos os países de língua portuguesa". Leia abaixo os depoimentos na íntegra: Paulo Coelho - "Foi o escritor que mais e melhor representou o Brasil no mundo inteiro. Um orgulho para todos nós, consequentemente, é um homem que não tem a menor condição de morrer porque vai continuar vivo no coração de muita gente, no mundo inteiro, que vai continuar lendo os livros dele e vendo através deles o Brasil que ele tanto amou e retratou. O Brasil não poderia ter sido traduzido por olhos melhores do que os de Jorge Amado. Eu o conheci. Antes disso, quando meu nome entrou na lista dos mais vendidos da França, ele que era o único que poderia ter inveja, três dias depois mandou-me uma carta dando-me os parabéns. Jorge Amado é um verdadeiro imortal." José Saramago - "O que dizer sobre a morte de Jorge Amado? Morre um grande escritor brasileiro, um grande escritor de língua portuguesa, e também um grande escritor universal. Ninguém tem dúvida do significado desta perda para vocês brasileiros, que se estende para nós portugueses e para todos os países da comunidade que fala o português. Uma perda que será sentida em toda parte, pois como é do conhecimento geral, a obra de Jorge Amado foi publicada em inúmeros países do mundo, e se já não o temos entre nós, vamos continuar a tê-la. É natural que o Brasil chore sua perda. Não me surpreenderia se o governo brasileiro determinasse luto nacional, um luto que eu penso que deveria ser estendido a todos os países de língua portuguesa. A morte de Jorge Amado é a morte de um grande escritor e de um grande homem. Uma pessoa de uma grande generosidade, com um cuidado para o trabalho, que assim conheci. Para nós, as pessoas que vivem nesta casa, eu e minha esposa, sentimos ser um grande desgosto a sua morte."

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