PUBLICIDADE

Paulistanos lotam atrações da Virada Cultural

Primeiras horas da maratona de atrações levou milhares ao centro de São Paulo

Por Agencia Estado
Atualização:

Muita tranqüilidade e policiamento, aparentemente, dentro do normal nos shows noturnos da Virada Cultural. Os pernambucanos do Cordel do Fogo Encantado levaram cerca de duas mil pessoas à Praça da Sé, às 20 horas, para ouvir suas músicas, extremamente animadas. O analista financeiro Carlos Ribeiro, que mora na Liberdade, região central, e levou seus dois filhos gêmeos ao show, disse que nem pensou em não participar da Virada por conta da violência dos últimos dias. "Não fiquei com medo. Não podia perder esta chance", disse. Da mesma forma, o Mercado Mundo Mix, no Vale do Anhangabaú, e a apresentação do pianista Wagner Tiso, na Praça Dom José Gaspar, por volta das 19 horas, também atraíram um público razoável. Como o público se deslocava entre os shows, a Rua Direita, que serve de ligação entre o Centro Velho e o Novo, ficou congestionada. Tiso, que se apresentou no projeto Piano na Rua, tocou sucessos de Ary Barroso e Gilberto Gil, entre outros. Cerca de 200 pessoas se concentraram na praça para ouvir o músico. Para a cenógrafa Juliana Pedreira, a iniciativa serve como uma espécie de resposta da população ao crime. "Muita gente tem receio de vir, mas a gente não pode ficar refém do medo", comentou. Na opinião da cineasta Daya Gibeli, que também estava no show, o fato de as atrações serem concentradas no Centro também pode ter desestimulado parte do público."Além da violência dos últimos dias, sobrevive o mito de que o centro é mais perigoso. Nós, que moramos na região, sabemos que ela é bem mais segura que a maioria dos bairros." Havia policiais a pé e de carro ao redor da praça, mas sem demonstrações ostensivas de sua presença. Muitos moradores circulavam pela região, passeando com cachorros, em um clima sem tensão. Os tradicionais livreiros da praça continuavam expondo seus produtos. No Mercado Mundo Mix, dezenas de pessoas compravam os produtos expostos e passeavam entre os eventos quase simultâneos. "Estou gostando muito de ver a cidade em um clima de muita cultura, com um público bacana que não tem medo de viver em São Paulo", afirmou o freqüentador Sérgio Fogaça. Municipal No teatro municipal, os mais de 1500 ingressos distribuídos para o show do Zimbo Trio não foram suficientes para o público que formou uma imensa fila na bilheteria. A reportagem do Portal Estadao.com.br flagrou um cambista atuando na porta do teatro. Ele conseguiu vender quatro ingressos por R$ 5 cada. Os enfermeiros Cátia Salgado e César Toledo não conseguiram ingressos. Mas estavam animados para procurar uma atração em outra freguesia. "Não tivemos nenhum receio de vir", disse ela, que trouxe o filho Iago, de um ano e meio, para a rua. "A cidade já voltou ao normal", completou César. Cinéfilos O circuito de cinema não fugiu à regra da tranqüilidade. Na Cinemateca Brasileira, na Zona Oeste, os cinéfilos assistiram sem preocupações às sessões de vídeo raros ao ar livre. "Eu não estava muito preocupado com a violência. Tá cheio de polícia na rua. Acho que hoje não é dia para briga", disse o estudante Vitor Levi, viciado em filmes de guerra. A programação na cinemateca segue por toda a madrugada e só termina na tarde de domingo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.