PUBLICIDADE

Paulinho da Viola faz encerramento da 'Virada' em grande estilo

Evento chega à sétima edição e consolida a democratização do acesso à cultura em São Paulo

Por Lucas Nobile
Atualização:

Paulinho da Viola e a Orquestra de Cordas de Curitiba fazem o encerramento dos shows no Palco da Praça da República, neste domingo, 17. O show anterior, com 10 minutos de atraso, herdou um grande público que estava presente no Palco da República para acompanhar a maior bateria do mundo, comandada por Leandro Lehart. A cantora Mart'nália fez uma apresentação que durou cerca de uma hora. A filha de Martinho empolgou o público com composições próprias e algumas escritas por seu pai como Ex-Amor, Mulheres e Disritmia.

 

PUBLICIDADE

O show de Leandro Lehart, com a participação da maior bateria do mundo, previsto para começar às 14 horas no Palco República, sofreu um pequeno atraso de cerca de 30 minutos. Imprevisto compreensível, dado o tamanho do empreendimento. Na apresentação tocaram ritmistas de todas as escolas de samba do grupo especial e seus mestres de bateria. Esta grandiosa reunião de músicos deverá entrar para o Guiness Book, o livro dos recordes.

 

Juntos, os bateristas tocaram durante 40 minutos. Lá de cima, do palco, Leandro Lehart e as cordas - cavaquinho bandolim e violão - puxavam o samba. Houve uma pequena falta de sincronia, facilmente explicada pelo delay entre os ritmistas, que estavam em uma passarela no meio do público, e o palco. Mas para o público isso não foi importante. A empolgação foi geral. O Palco República vibrou mais e se mostrou mais representativo do que em qualquer outro show lá apresentado nesta edição da Virada Cultural.

 

 

 

 

 

Mais cedo, às 12h05, teve início no palco da república o show de Paulo Miklos com o quinteto Em Branco e Preto. Em 1h05 de apresentação, eles interpretaram grandes clássicos do sambista centenário Noel Rosa. No repertório, temas como Filosofia, Fita Amarela, Com Que Roupa?, Último Desejo, Pastorinhas, Conversa de Botequim, Tipo Zero, Feitio de Oração, Tarzan, Filho do Alfaiate, Positivismo, Palpite Infeliz e Onde Está a Honestidade.

 

O público, que foi bem maior em relação ao show anterior, do sambista Riachão, sofreu com o forte calor. Algumas pessoas chegaram a cobrir a cabeça com o mapa que indica a programação da Virada Cultural, mas mesmo assim a plateia respondeu ao show com empolgação.

 

Em outro show, que ocorrreu de manhã, às 10 horas, o compositor dos lados de Oswaldo Cruz e Madureira cedeu lugar à outra lenda viva do samba, o baiano Riachão. Parecendo um moleque no palco, com seu estilo inconfundível de sambar saltitando e sacolejando, ele também animou uma plateia ainda pequena, formada em grande parte por famílias e crianças. Em 50 minutos de apresentação, Riachão tocou onze composições suas, entre elas, as clássicas Cada Macaco no Seu Galho e Vá Morar com o Diabo. A jovialidade do sambista, que completa 90 anos em novembro, cativou diversas pessoas da plateia, entre elas, um senhor completamente embriagado, que, com seu chocalho, atravessava o samba e arrancava risos dos presentes.

 

Publicidade

Tony Tornado, o crooner

 

Já no início da madrugada deste domingo, durante sua apresentação impecável ao lado de Dom Salvador e o grupo Abolição, o longevo crooner Tony Tornado - que completa 81 anos em maio - disse que "quando duas mãos se juntam, a cor que reflete no chão é a mesma." Depois do palco da República ter sido dominado no sábado principalmente pelo rap e pela soul music, com shows do projeto Festa 011 (KL Jay, Edi Rock, ambos dos Racionais MCs, e Don Pixote), BNegão e Taylor McFerrin, Fred Wesley e the New JB's, Tornado, Salvador e Abolição, Di Melo e Dumpstaphunk - que teve o show interrompido por alguns minutos por causa de um tumulto criado em decorrência de uma tentativa de roubo de boné -, a mesma praça teve as maravilhas da negritude novamente exaltadas na manhã deste domingo, só que agora com o samba.

 

Substituindo Nelson Triunfo, que ontem foi o encarregado das cerimônias de apresentação na República, hoje quem recepcionou os artistas no palco foi o rapper Rappin Hood. Logo às 8 horas, em ponto, ele convocou o mestre portelense Monarco, que desfilou seus temas antológicos, como Coração em Desalinho e Vai Vadiar.

 

Nos entornos da praça, levando-se em conta a quantidade de pessoas na região ontem, hoje de manhã a limpeza era consideravelmente melhor em relação à feita no ano passado.

 

(Colaborou Roberto Nascimento)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.