Premiada por seus curtas-metragens e documentários, a diretora mineira Patrícia Moran estreia no longa com "Ponto Org", que entra nesta sexta-feira em cartaz. Produção independente que teve o apoio de uma bolsa de arte da Fundação Vitae, o filme aposta em uma linguagem experimental para mostrar a relação de pessoas de classes sociais diferentes na metrópole. A roteirista Bárbara (Erika Altimeyer) e o programador de games Diamantino (primeiro trabalho como ator do rapper mineiro Flávio Renegado) ajudam três meninos de rua a filmar um documentário sobre a vida de pessoas marginalizadas no centro de São Paulo, tendo como figura principal a moradora de rua Dona Zilda (Teuda Bara). O ator Paulo César Pereio faz uma participação especial como o personagem Velho, um tipo de guru que faz intervenções na trama. Nesse primeiro longa de ficção, a diretora e também roteirista do filme, que é professora do curso de cinema da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP), colocou a linguagem à frente da história. Mas o resultado ficou longe do ensaio poético-visual que aparentemente parecia querer realizar com as movimentações de câmera diferenciadas e cortes rápidos de imagens. A fragilidade do roteiro, com situações desconexas e diálogos risíveis que nada acrescentam à trama, não contribuem para que o filme sirva nem mesmo de crítica social."Ponto Org" é de 2010 e dividiu o prêmio de melhor trilha sonora com "Bróder", do diretor Jeferson De, no Festival de Gramado daquele ano. As informações são do Jornal da Tarde.