
26 de março de 2019 | 08h00
Mário de Andrade morou por mais de 20 anos na Rua Lopes Chaves, na Barra Funda. Ali, o autor de Macunaíma recebeu importantes nomes do modernismo brasileiro e criou suas obras. Um ano depois da morte do escritor, o poeta Guilherme de Almeida se mudou para Perdizes. Na Vila Mariana, Lasar Segall encontrou refúgio para pintar e esculpir. No Morumbi, Lina Bo Bardi viu seu primeiro projeto sair do papel e virar a Casa de Vidro, onde a arquiteta italiana viveu com seu marido Pietro Bardi por mais de 40 anos. O também arquiteto Vilanova Artigas escolheu o Campo Belo para fazer o que Lina fez no Morumbi: construiu uma casa para ele e a família.
Esses cinco lugares que abrigaram importantes nomes da cultura brasileira estão abertos para visitação em São Paulo. O Museu Lasar Segall é o mais antigo - de 1967. A Casa Vilanova Artigas acaba de ser inaugurada como museu - e ainda vai abrigar um café e espaço de coworking..
Casa Vilanova Artigas
Quem morou ali
Vilanova Artigas (1915-1985) foi um dos principais arquitetos brasileiros. Entre suas principais obras estão o Estádio do Morumbi, o prédio da FAU-USP, o edifício Louveira, em Higienópolis, além de diversas construções no interior de São Paulo e no Paraná.
Casa Vilanova Artigas
Construída por Vilanova Artigas em 1949, a casa serviu de residência para a família do arquiteto até pouco tempo. É tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico (Condephaat) desde 2012, passou por uma restauração entre 2016 e 2017 e acaba de ser aberta para visitação.
Onde fica
Rua Barão de Jaceguai, 1149 - Campo Belo - São Paulo/SP
Quando visitar
4ª a 6ª, das 10h às 18h. A partir de abril, aberta também aos sábados
Grátis
Quem morou ali
Mário de Andrade (1893-1945) é autor de Macunaíma e Pauliceia Desvairada e pesquisador da cultura brasileira. Ele participou da Semana de Arte Moderna e criou e dirigiu o Departamento Municipal de Cultura de São Paulo.
Casa Mário de Andrade
A casa em que o escritor Mário de Andrade viveu entre 1921 e sua morte, em 1945, na Rua Lopes Chaves, no bairro da Barra Funda, funcionava como espaço para cursos até 2015, quando foi aberta para visitação. Era ali que Mário de Andrade recebia, às terças de 1922, os outros quatro integrantes do Grupo dos Cinco: Oswald de Andrade, Tarsila, Anita Malfatti e Menotti del Picchia. No local, é possível visitar exposições acerca do escritor e participar de cursos e palestras.
Onde fica
Rua Lopes Chaves, 546 – Barra Funda. São Paulo/SP
Tel. 11 3666-5803 / 3826-4085
Quando visitar
Terça a sábado, das 10h às 18h
Domingos e feriados, das 10h às 12h e das 13h às 18h
Grátis
Quem morou ali
Lasar Segall (1889-1957) foi um pintor lituano que se mudou para o Brasil em 1923 (ele já tinha vindo uma década antes, quando expôs seu trabalho em São Paulo e Campinas). Reconhecido internacionalmente, Segall foi bem acolhido pelos modernistas brasileiros. Dez anos após sua morte, sua viúva Jenny Klabin Segall iniciou o processo de documentação de sua obra com o objetivo de fundar um museu. O Museu Lasar Segall, onde é possível ver o trabalho do artista, seu material, seu ateliê, etc., foi inaugurado em setembro de 1967, poucos dias depois da morte de Jenny. A família Segall viveu ali a partir de 1932, quando voltou de uma temporada na Europa. Alguns dos móveis e objetos presentes no museu foram feitos pelo próprio artista. Há também um cinema no espaço.
O Museu Lasar Segall
Dez anos após a morte de Lasar Segall, e fruto do esforço de sua viúva Jenny Klabin Segall de iniciar o processo de documentação de sua obra, a casa em que a família viveu a partir de 1932 se transforma no Museu Lasar Segall. A inauguração, em setembro de 1967, ocorreu poucos dias depois da morte de Jenny. No Museu Lasar Segall é possível ver o trabalho do artista, seu material, seu ateliê, exposições etc. Alguns dos móveis e objetos presentes no museu foram feitos por ele. Há também um cinema no espaço.
Onde fica
Rua Berta 111 - Vila Mariana. São Paulo/SP
11 2159-0400
Quando visitar
Quarta a segunda, das 11h às 19h
Grátis
Quem morou ali
Escritor, poeta, etradutor (e também redator do Estado), Guilherme de Almeida (1890-1969) estreou na literatura com Nós (1917), participou da Semana de Arte Moderna (1922) e fundou a Revista Klaxon (1923) e lutou na Revolução Constitucionalista (1932).
A Casa Guilherme de Almeida
A casa para onde Guilherme de Almeida se mudou em 1946, nas colinas de Perdizes, quando Perdizes ainda era longe de tudo, se transformou, em 1979, num museu dedicado ao escritor. Passando de cômodo em cômodo, é possível imaginar como o poeta modernista e sua mulher Baby viviam. Estão ali objetos, louças, livros, a arma que usou na Revolução Constitucionalista, os brinquedinhos dos cães, a luneta - e muitos retratos do casal e quadros feitos pelos amigos Di Cavalcanti, Lasar Segall, Tarsila do Amaral e Anita Malfatti. Ali são realizados cursos e palestras, especialmente sobre tradução.
Onde fica
R. Macapá, 187 - Perdizes. São Paulo/SP
11 3673-1883 / 3803-8525
www.casaguilhermedealmeida.org.br
Quando visitar
3ª a domingo, 10h às 18h
Grátis
Quem morou ali
Lina Bo Bardi (1914-1992), importante figura da arquitetura latina, nasceu na Itália e veio ao Brasil em 1946. Entre seus projetos estão a Casa de Vidro, onde viveu com o marido Pietro Maria Bardi , o Masp e o Sesc Pompeia. Pietro Maria Mardi (1900-1999), também italiano, foi jornalista, marchand e crítico de arte. Já no Brasil, de 1947 a 1996, criou e comandou o Museu de Arte de São Paulo. Foi ainda ensaísta, crítico, historiador, pesquisador e galerista.
Casa de Vidro
Considerada ícone da arquitetura moderna no Brasil, a Casa de Vidro foi o primeiro projeto construído da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi. O loteamento da antiga Fazenda de Chá Muller Carioba, na região do Morumbi, foi o local escolhido para construção, iniciada entre 1950 e 1951. A Casa de Vidro foi residência do casal por mais de 40 anos.
Onde fica
Rua General Almério de Moura, 200 – Morumbi. São Paulo/SP
11 3744-9902
Quando visitar
5ª a sábado, às 10h,11h30 14h e 15h30 (visita guiada)
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$15 (estudantes, professores e terceira idade)
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