Passado e presente dialogam no pavilhão dedicado a brasileiros

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Por VENEZA
Atualização:

A ideia era estabelecer uma relação entre artistas brasileiros e estrangeiros do passado e do presente, mas o Pavilhão do Brasil abriu ontem para a preview da imprensa sem a obra que historicamente introduziu a linguagem abstrata na arte brasileira, em 1951, na 1.ª Bienal de São Paulo - a escultura Unidade Tripartida, do artista suíço Max Bill, que ainda não chegou para a mostra O Palácio Enciclopédico, titulo da 55.ª Bienal de Veneza. Com curadoria do venezuelano Luis Pérez-Oramas, responsável pela 30.ª Bienal de São Paulo, a mostra brasileira tem dois artistas contemporâneos convidados para dialogar com obras de Max Bill e Lygia Clark e, retrocedendo ainda mais no tempo, com a mais conhecida invenção de August Ferdinand Moebius, sua "fita". Em 1858, ele realizou essa peça em que uma extremidade colada à outra resultou na obra que inspirou tanto os Trepantes (de 1965), de Lygia Clark (1920-1988), como um trabalho da série Bauhausiana, de Odires Miaszho, um dos contemporâneos a quem o curador encomendou obras, alem de Hélio Fervenza.Outra referência histórica adotada no pavilhão brasileiro é a obra do italiano Bruno Munari (1907-1998), Concavo/Convexo (1945). A abertura oficial do Pavilhão do Brasil será amanhã, quando os organizadores esperam ter em Veneza a obra de Max Bill, que não embarcou com os demais trabalhos da mostra por problema com a transportadora e a empresa aérea encarregada de trazer essa raridade premiada na primeira edição da Bienal paulista, hoje pertencente ao acervo do MAC. As obras encomendadas aos contemporâneos, no entanto, não decepcionam. A representação brasileira na mostra Dentro/Fora é uma bela reflexão sobre as relações históricas que forjaram a linguagem artística contemporânea de um PaÍs que é mundialmente reconhecido por sua vocação construtivista. / A.G.F.

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