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Paris inaugura mostra sobre Maria Antonieta

Artigos são de coleções de toda a Europa; rainha foi decapitada em 1793.

Por Daniela Fernandes
Atualização:

O Museu do Grand Palais em Paris retraça em uma exposição a vida da rainha Maria Antonieta, esposa do rei Luís 16, de sua infância em Viena, na Áustria, à sua morte, na guilhotina, na Praça da Concórdia em Paris, em 1793. A mostra reúne mais de 300 obras, entre pinturas, esculturas, móveis e objetos de arte, de coleções públicas e privadas de toda a Europa. Jóias da rainha, porcelanas, instrumentos de música e até uma camisola que ela usou na prisão, após a Revolução Francesa, podem ser vistos na exposição. Para apresentar os diferentes aspectos da personalidade de Maria Antonieta, que continua despertando o interesse de historiadores, escritores e cineastas, a decoração da mostra Marie-Antoinette foi realizada por um cenógrafo de ópera, Robert Carsen. Afinal, para muitos, a vida da última rainha da monarquia absoluta francesa pode ser comparada a de um personagem de ópera. Conhecida pelos seus excessos, a "austríaca", como muitos a chamavam, era criticada por supostamente gostar de prazeres caros, ser frívola, "sem cérebro" e "viciada" em doces. Mas Maria Antonieta também era adulada, pelo menos por parte do povo francês. Ela foi considerada a maior mecenas cultural da época, na área das artes decorativas, da música e da moda, criando um estilo único que até hoje está associado ao seu nome. A infância de Maria Antonieta, nascida em 1755, é apresentada em uma decoração que lembra a arquitetura de palácios do século 18 na Áustria, onde ela recebeu uma educação tradicional, com aulas de dança, canto, música e literatura, antes de vir para a França. Maria Antonieta se casou aos 15 anos, em 1770, com o rei Luís 16, alguns meses mais jovem do que ela. Ela se sentia oprimida pelo rigoroso protocolo do palácio de Versalhes e acabou desenvolvendo um outro estilo de vida na corte, mais refinado e moderno. A exposição mostra inúmeros objetos e móveis criados para a rainha utilizar no palácio de Versalhes, alguns insólitos, como uma taça em porcelana, chamada de "taça-seio", para servir leite, e que teria sido moldada no próprio seio da rainha. A primeira filha de Maria Antonieta, Maria Thereza, nasceu apenas oito anos após o casamento, depois que o rei realizou uma cirurgia para corrigir um problema que impedia o casal de ter filhos. Esse primeiro nascimento marcou o apogeu da popularidade de Maria Antonieta, que teve quatro filhos. Mas seu desejo de liberdade e seus gastos faraônicos fazem com que a opinião pública, a partir de 1783, se volte contra ela. As pinturas, apresentadas na exposição, onde ela aparece ao lado de seus filhos como uma boa mãe de família, não mudam a imagem da "austríaca" que dilapida os cofres públicos da França. Inúmeras charges e panfletos satíricos de Maria Antonieta, muitos deles agressivos, são produzidos nesse período. Uma visita à exposição é encerrada com uma escadaria decorada com perucas que leva à uma longa sala escura, cujas paredes vão encolhendo. No final, uma última imagem da rainha, um desenho de 1793, que a mostra numa carroça que a conduz à guilhotina. Marie-Antoinette estará em cartaz no Grand Palais até o dia 30 de junho. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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