
24 de março de 2010 | 00h00
Habitual parceira de Walter Salles em longas-metragens, Daniela sempre acreditou que a chegada de Felipe Hirsch à tela grande era questão de tempo. "Logo no início da nossa parceria, percebi que ele já criava as peças com uma perspectiva, a de pensar a imagem - há um enquadramento puramente cinematográfico em suas cenas."
Assim, o diretor não precisou pensar muito quando foi convidado pelos produtores Sara Silveira, Beto Amaral e Pedro Ivo para dirigir Insolação. Mas o que de fato consolidou sua estreia no cinema foi o convite (aceito) ao dramaturgo Will Eno para assinar o roteiro, ao lado do também americano Sam Lipsyte.
"Eu experimentava muito no teatro até 2003, quando montei Temporada de Gripe, escrita pelo Will", conta Hirsch. "A partir daí, acredito que meus espetáculos passaram a se contrastar e a se completar." A peça propõe a demolição do amor e do teatro, temas que ecoariam nas obras seguintes do encenador.
É o que acontece com Insolação, conjunto de histórias de amores inalcançáveis e personagens que vagam apaixonados por uma Brasília bela e estranhamente vazia. E também é o caso de Cinema, peça que utiliza a sétima arte para tratar de questões sobre a identificação. "É o teatro olhando para o cinema", acredita Daniela.
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