
09 de março de 2012 | 09h17
Quem leva a obra à cena é Antônio Abujamra. Em sua concepção, o diretor optou por abandonar algumas das indicações da dramaturgia original e deu novos matizes a diversos aspectos. Por exemplo: Carneiro Neto escreve sobre um casal de idosos. O público verá, entretanto, dois jovens atores - Miguel Hernandez e Nathália Côrrea - como protagonistas. Outra leitura particular do encenador diz respeito à figura de um filho - que nunca aparece. O que deveria ser só uma evocação surge aqui encarnado por 20 intérpretes. "O filho é o futuro, a continuidade, a descendência, o que fica, o que deixamos, o que plantamos. Essa figura no espetáculo é representada por um coro de homens e mulheres, a diversidade humana", diz Abujamra. Não por acaso, ele assina não apenas a encenação como também a adaptação da peça.
Nessa versão que vem a público, quase todos os laços que poderiam conectar Paraíso à realidade foram apagados. Certo lastro existencialista ganha relevo, as personagens parecem completamente descoladas do cotidiano. Não estamos diante das representações do que seriam um homem e uma mulher específicos. Antes, o que sobe ao palco são corporificações de ideais de feminino e masculino. "É o encontro entre o homem e a mulher em sua essencialidade, como representantes do gênero humano", lembra o diretor. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
PARAÍSO - Sesc Belenzinho - Sala de Espetáculos II. R. Pe. Adelino, 1000. Tel.: 2076-9700. 5ª a sábado, às 21h30; domingos, às 18h30. R$ 24. Até 8/4
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