Parada Gay vira opção de lazer em São Paulo

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Por AE
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Freqüentadora assídua da Parada Gay desde 2005, Isabella Prado, de 9 anos, definiu o evento de ontem: "É um lugar onde homem se veste de mulher; mulher se fantasia de homem e ninguém acha estranho", disse a menina, acompanhada dos pais. Em meio a plumas e paetês, que enfeitaram milhões de pessoas na Avenida Paulista gerações inteiras se destacaram. A 12ª edição da maior reunião homossexual do mundo virou também passeio de família. O número de participantes não foi divulgado. A organização esperava 3,5 milhões de pessoas. A Polícia Militar não fez estimativas. Na cadeira de rodas, cercada por outras três gerações da família, Iracema Pereira, 85 anos, balançava os ombros no ritmo da música eletrônica. Na mão esquerda, segurava uma camisinha. "É para o meu neto de 28 anos." E na direita, uma bandeira da Parada. "Vale tudo, desde que se viva em paz." Dona Iracema só não saiu dançando atrás do trio por causa da artrose. O bisneto Gabriel, de 1 ano e meio, ficou se revezando no colo da mãe e da avó. Foi o programão de domingo. Numa bolsa, levaram suco, sanduíche e fraldas. "Somos simpatizantes", disse Raquel Senna, 26 anos, mãe de Gabriel e neta de Iracema. Os Castro, os Proença, os Ancesque e os Gottlieb eram outras famílias que dançaram ao som da música ''Extravasa'', do grupo Babado Novo, na abertura da Parada, às 13h. "Convenci meu pai a vir. Na escola a gente aprende que preconceito não é legal e resolvi colocar em prática", disse Carolina Proença, 15 anos, com as irmãs Luisa, 11, e Mariana, 9. Até a cachorra Nina parecia se divertir. Vitória Castro, 4 anos, estava encantada com ''as princesas'' de mais de 2 metros. O irmão, de 6, apontava para os super-heróis. "Olha mãe, até o Batman veio." Com o uniforme do Palmeiras, Lucas e Renan Gottlieb, gêmeos de 12 anos, foram à Parada com o pai antes do time do coração entrar em campo. Bia e Carlos Ancesque levaram o filho Enzo, 2 anos, para ''conhecer a diversidade.'' E diversidade foi o que não faltou nos 22 trios elétricos. Uns tocaram MPB, outros música eletrônica e até samba enredo, com a estréia da primeira escola de samba gay da capital paulista, a Arco Íris. Todos pediam o fim da homofobia. No início da tarde, em frente ao Masp, uma multidão se espremia ao lado dos trios. Caminhar era impossível. No meio da muvuca, Carlos Bruni dormia profundamente. Com nove meses de idade, essa já é a segunda vez que ele participa da Parada. No ano passado, veio na barriga da mãe. "É pra gostar de festa desde criança", disse o pai, Diego Bruni, 23 anos. As informações são do Jornal da Tarde.

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