''Para ficar, preciso que me convidem''

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Por Roberta Pennafort
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ENTREVISTASônia BragaATRIZSônia Braga está de volta, mora em Niterói. O retorno à Globo se dá quatro anos depois da última novela, Páginas da Vida. Dividida entre antes e depois da chegada de Fagundes ao estúdio, a entrevista da atriz: Quem são essa Júlia e esse Cacá, de As Cariocas? Eles formam um casal normal, casado há muito tempo. Um dia começa um conflito, e eles vão ter de lidar com aquilo. Um personagem sente culpa e o outro lê essa culpa. Quem trai? Quem é pudico? Onde está a culpa? É a grande questão. Como recebeu o convite de Daniel Filho? Daniel falou da série e eu achei que era uma maneira extraordinária de voltar, de ter novamente um texto de um autor como Jorge Amado, Nelson Rodrigues... É uma felicidade voltar com ele, depois de acontecer meu grande sonho, que era ele fazer cinema. Daniel virou o cara do cinema, eu fiquei tão feliz! Na TV, ele fez parte da patota que mudou tudo. Qual é seu estado de espírito nessa gravação? É uma felicidade. Isso tudo é o Daniel. Foi ele quem teve a ideia desse encontro, é uma reunião, como se fôssemos "ex-alunos dos anos 70".... (Nesse momento, o diretor avisa que Fagundes chegou, e Sônia sai esbaforida. Passado o encontro e a primeira parte da gravação, ela volta à entrevista, já na hora de retocar a maquiagem.) O que achou do texto da série?É atemporal. Qualquer grande pensador que consegue definir bem uma época é compreendido seja quando for. Sérgio Porto fez quase um estudo antropológico. Compreendia bem essas mulheres. Faz o melhor tipo de humor, está tudo no texto, não é piada. Essa é a comédia que mais me satisfaz. Uma das melhores que já fiz, aliás, foi Dona Flor. O engraçado é que nessas Cariocas tem paranaenses, paulistas... De As Cariocas virou "a brasileira". Como está sendo rever Antônio Fagundes? É como se nunca tivesse havido esse espaço de tempo. Com Daniel, sempre troquei e-mails, a gente se encontrou em Nova York... Com Fagundes, não... Quer trabalhar mais no Brasil? Eu moro onde trabalho. Para ficar, preciso que me convidem. Estou aqui há mais de um ano, e agora me chamaram para outro projeto, na Europa. Eu adoro fazer TV, dá para ter muito prazer. Gosto de estudar, fazer marquinha no texto. Não dá para pensar diferente, porque só faço cinema e TV, não gosto de teatro. Adoro fazer comercial, mas não me chamam...

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