Para Bárbara Paz, reality show é pacto com diabo

Apesar de ter ganho fama e R$ 300 mil, a atriz Bárbara Paz declarou guerra aos reality shows. Agora ela só quer saber de teatro

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

De todos os participantes dos reality shows que a Globo e o SBT já produziram, Bárbara Paz figura entre as poucas que ainda continuam na memória do público. Mas se perguntarem a esta bela e simpática atriz de olhos claros, cabelos cacheados e charme que nem sua cicatriz facial esconde, se ela achou que o resultado foi positivo, vai se espantar. Bárbara é enfática: "Eu acho isso péssimo. Faz dois anos que eu saí da Casa dos Artistase as pessoas não me esquecem. Fiquei um ano da minha vida tentando desvencilhar minha imagem do programa", revela. Todo este esforço tem um motivo. Bárbara Paz se considera, hoje, uma atriz de teatro. Estréia esta semana a peça A Babá, sob a direção de Bibi Ferreira. A televisão foi só uma aventura, mas cujo preço, segundo ela, foi alto. "A Casa dos Artistas me fechou várias portas. Participar de um reality show é um pacto com o diabo", diz. Mas e os R$ 300 mil que ela ganhou na Casa dos Artistas, o primeiro prêmio oferecido por um reality show no Brasil? "O dinheiro foi a única porta aberta para mim. Tem ator que trabalha a vida inteira e não ganha isso. O dinheiro me ajudou a comprar um apartamento grande no centro de São Paulo e a viver confortavelmente", diz ela. "Mas eu não fiquei rica por causa disso não. Eu não fiz Playboy depois, por exemplo. Hoje, as mulheres entram nos reality shows com contrato prévio com a Playboy." E Bárbara Paz não pára por aí. Diz que programas como Big Brother Brasil e Casa dos Artistas já enjoaram. "Não consigo mais ver um dia de reality show. Depois do segundo, já cansa, sabe? Pôxa, fez um, dois... deu né? Encerra esse tipo de programa", diz ela. Teatro com veteranos Bárbara Paz garante que nunca procurou nenhum canal para fazer qualquer tipo de trabalho. "Fiquei pouco mais de um ano com contrato no SBT. Fiz uma novela (Marisol) na vida porque constava no contrato, mas minha paixão é o teatro", diz. Bárbara está há dois anos sem nenhum final de semana livre. Tudo porque ela emendou uma peça atrás da outra, tendo feito quatro somente em 2003. Tem adorado trabalhar com veteranos: Vestir o Pai foi dirigido por Paulo Autran, A Importância de Ser Fiel, baseado na obra de Oscar Wilde e contracenado com Nathalia Timberg, e As Viúvas, do clássico de Arthur de Azevedo. Nesta sexta, Bárbara estréia em outra peça, dirigida por Bibi Ferreira e escrita por Juca de Oliveira. Em A Babá, Bárbara é Ângela, uma mulher casada que, às vésperas de ter um bebê, é empurrada pela mãe para arranjar um emprego. A partir daí, ela deixa o lar e o bebê aos cuidados de uma bela babá (Gisele Itié) e segue sua vida profissional. "Sou um pouco como a Ângela pois eu não saberia lidar com um filho e ter que largar a carreira", diz ela. Mas os planos de Bárbara podem levá-la para longe dos palcos em breve. A atriz namora há dois anos com o ator Dalton Vigh e conta que os dois pensam em casamento e filhos, embora ela seja mais relutante por causa de sua fase no teatro. Ex-aluna do Grupo Tapa e do diretor Antunes Filho no Centro de Pesquisa Teatral, Bárbara Paz já contabiliza mais de 15 peças em cartaz. Com quem ainda gostaria de dividir o palco? "Com a Fernanda Montenegro, talvez. Seria realmente o máximo." E enquanto passa as noites de sábados e domingos sobre o tablado, Bárbara aproveita os dias da semana para fazer ginástica, ioga, aula de voz. Ela ainda finaliza seu livro de poesias, provisoriamente chamado Minhas Inquietações, ainda sem data de publicação. "Na tevê? Não tenho nada em vista. Mas eu não temo voltar a ficar desconhecida pelo grande público. Os formadores de opinião sabem que eu estou trabalhando. E muito."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.