Palcos de São Paulo em temporada de comédia

Uma série de peças de comédia promete tirar o público paulistano do sério neste mês. De sátiras políticas a problemas de família, há piadas para todos os gostos no teatro

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Por Agencia Estado
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O teatro promete tirar o paulistano do sério. Neste fim de semana, uma série de comédias, entre estréias e reestréias, tornam-se uma boa opção de lazer em um mês de poucos espetáculos. Uma das mais esperadas é Revistando 2003 ? um título que brinca com a idéia de retrospectiva de fatos e personagens marcantes do ano passado e remete ao gênero teatro de revista, consagrado há mais de cem anos por Artur de Azevedo no Rio de Janeiro. O pai da idéia é o diretor e ator Isser Korik, pai também de Vacalhau e Bino, uma das comédias mais bem-sucedidas da última década na cidade com oito anos em cartaz. Em Revistando 2003, Korik reuniu quatro companhias de teatro e compôs um grande painel satírico. Em razão disso, serão apenas 12 apresentações, sempre aos sábados e sempre à meia-noite. Se vingar e matar o público de rir, Revistando continuará nos próximos anos . Garantia de risada não é problema para Denise Fraga e Marco Rica, que dividem o palco com Mário Schöemberger e Ilana Kaplan em 3 Versões da Vida, de Yasmine Reza. A peça estreou no segundo semestre e marcou o retorno de Denise ao teatro depois de sete anos. 3 Versões trata dos problemas familiares e de relacionamento a partir de um jantar que reúne dois casais. Mas, quando se fala de comédia em São Paulo o nome do ator Juca de Oliveira é obrigatório. Além de assinar o texto de Qualquer Gato Vira-Lata Tem uma Vida Sexual Mais Sadia que a Nossa, Juca assina e atua em A Flor do Meu Bem Querer, que volta semana que vem ao Teatro Cultura Artística. Bem ao seu estilo, Juca é um senador ambicioso que quer vender sua fazenda, para financiar sua campanha à Presidência da República. Para isso, ele precisa expulsar uma família de colonos que vive lá há décadas. Outra reestréia que satiriza a política é Édipo RiRei, de Antonio Ravan, também em cartaz com Humor aos Pedaços. A paródia à peça de Sófocles brinca com a política nacional. Édipo Rirei é Lula, enquanto Laio é um político sem escrúpulos e Jocasta, o Brasil vítima de seus políticos e governantes. Mas como nem só de risadas e sorrisos vive o teatro, um drama forte e contundente é Dorotéia Minha, escrito e estrelado pela atriz Beth Goulart. Ela recorreu ao baú da própria família para representar os sofrimentos de Eleonor Bruno, sua avó, que viveu um romance proibido, alimentado por cartas, com um homem casado. E ele era ninguém menos que o escritor Nelson Rodrigues. Quem está de volta aos palcos de São Paulo é Louise Cardoso. Ela vem ao lado de Marcelo Escorel na peça O Acidente, de Bosco Brasil. A peça estréia hoje no Teatro da Aliança Francesa. O texto narra os momentos em que dois colegas de trabalho, Miriam e Mário ficam sozinhos à espera dos convidados da festa de aniversário dele. Como ninguém aparece, os personagens, que são reclusos, têm que se abrir um para o outro. Serviço Revistando 2003 - Amanhã à meia-noite no Teatro Folha: Shopping Pátio Higienópolis (3823-2323), R$ 20. 3 Versões da Vida - Hoje às 21h30, amanhã às 21h e domingo às 19h no Teatro Renaissance: Al. Santos, 2233 (3123-1751). R$ 40, sexta e domingo. R$ 50 sábado. A Flor do Meu Bem Querer - Reestréia na quinta-feira da semana que vem no Teatro Cultura Artística (3258-3616). Édipo RiRei - Sábado às 19h; domingo às 20h, no Teatro do Quarteto: Rua Treze de Maio, 830, Bela Vista (3283-0056). R$ 15. Dorotéia Minha - Quarta e quinta às 21h no Teatro Folha: Shopping Pátio Higienópolis (3823-2323). Ingressos a R$ 14. O Acidente - De quinta. a sábado, às 21h. Domingo às 18h no Teatro Aliança Francesa: Rua Gen. Jardim, 182, (3123-1753). R$ 25 qui, e sex; R$ 30 sáb. e dom.

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