PUBLICIDADE

Palcos cariocas homenageiam Plínio Marcos

Todas as peças em cartaz no Rio serão hoje abertas com leitura de texto do dramaturgo. E na Casa da Gávea, estréia Dois Perdidos com Alexandre Borges

Por Agencia Estado
Atualização:

As homenagens ao dramaturgo Plínio Marcos, falecido em novembro do ano passado, encontram eco no Rio. Sua peça Dois Perdidos Numa Noite Suja estréia hoje à noite no teatro da Casa da Gávea. A história dos marginais Tonho e Paco será encenada por Alexandre Borges e o ator português José Moreira, com direção do pai de Alexandre, Tanah Corrêa. A montagem promete ter vida longa. Saindo do Rio, vai para o teatro Plínio Marcos, em São Paulo, e depois para o Festival Internacional de Teatro Expressão Ibérica, em Lisboa, em junho de 2001. Também hoje à noite, todas as peças em cartaz no Rio de Janeiro deverão render uma homenagem a Plínio Marcos, lendo seu texto O Ator antes dos espetáculos. Montar Plínio Marcos é uma vontade antiga de Alexandre Borges. Seu pai, o diretor Tanah Corrêa, foi amigo de Plínio desde a juventude. Duas histórias ocorridas em tempos distantes dão conta do gosto de Alexandre pelo dramaturgo santista. A primeira acontece nos anos 60, quando Tanah pediu a Plínio para dirigir Dois Perdidos, mas o autor negou permissão, avisando que faltava ao jovem diretor o necessário repertório emocional. Mais tarde, em 1979, o jovem Alexandre Borges vê seu pai finalmente montar a peça, a convite do próprio Plínio. Alexandre quer participar, mas seu pai dá a ele a mesma negativa que ouvira anos antes. Insistente, Alexandre termina dobrando a rigidez do pai e usa o texto para se sindicalizar como ator. Dois Perdidos Numa Noite Suja conta a história de Tonho e Paco. São "dois perdidos" travando um diálogo tenso que os leva a um desfecho trágico. Em 19 de novembro deste ano, primeiro aniversário de morte de Plínio Marcos, os mesmo atores fizeram uma leitura dramatizada da peça que estréia hoje. Já se esquentava os motores para as homenagens, que ainda incluem uma exposição em São Paulo sobre a obra de Plínio, no Memorial da América Latina e o lançamento de uma biografia, que está sendo escrita por Oswaldo Mendes e Vera Artaxo, última companheira de Plínio Marcos. Tanah Corrêa e Alexandre Borges pretendiam fazer um intercâmbio entre Brasil e Portugal, com o pretexto dos 500 anos do Brasil. Para isso criaram a Confraria Luso-Brasileira de Teatro, que, ao invés de apenas promover o teatro brasileiro em Portugal, trouxe o ator José Moreira para encenar Plínio Marcos aqui. Ele e Alexandre já haviam trabalhado juntos na peça Gota d´Água. Essa união de forças é a continuação de um projeto que Alexandre conduzia até novembro de 99, pelo qual montaria uma trilogia com Homem do Caminho, O Bote da Loba e Dois Perdidos Numa Noite Suja. A morte de Plínio Marcos adiou o projeto, que agora é retomado. Formandos - Os atores que acabam de se formar pelo curso da Casa de Arte Laranjeiras, uma tradicional escola de teatro do Rio, também estão rendendo seu tributo a Plínio Marcos. Desde ontem até 17 de dezembro, eles representam a peça Homens de Papel, dirigida por Maurício Lencasttre e com elenco de 13 jovens atores. Trata-se de mais uma peça de Plínio Marcos a lidar com o universo dos excluídos, desta vez na forma de catadores de papel. A montagem pode ser vista no Sesc da Tijuca, de quinta a domingo, às 21h. Dois Perdidos Numa Noite Suja - Casa da Gávea. Praça Santos Dumont, 116, Gávea. Tel: 239-3511. Até 14 de janeiro. Sextas e sábados às 21h e domingos às 20h. R$20,00.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.