O Paço da Cidade abre hoje a segunda edição deste ano do Atelier Finep, projeto que durante dois meses leva o ambiente de trabalho de artistas plásticos para um dos prédios mais antigos da cidade. Desta vez, os escolhidos são o carioca Edson Barrus e o gaúcho (radicado em São Paulo) Giancarlo Lorenci, que vão ocupar a sala Armazém del Rei com instalações inéditas. "Quis explorar a tensão entre genealogias diferentes e para mostrar que configurações opostas podem convergir no conteúdo", explica o curador do ateliê, Fernando Cochiarale. Desde 1994, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do Ministério de Ciência e Tecnologia, patrocina o Atelier que leva seu nome e já rendeu, no ano passado, um livro retrospectivo. Nos primeiros seis anos, eram convidados artistas consagrados, como Eduardo Sued, Beatriz Milhazes, Aloísio Carvão e Waltercio Caldas. "O primeiro livro, reunião dos catálogos das exposições, é tão abrangente tornou-se um balanço das artes brasileiras na década de 90. Em 2000, o projeto mudou de foco e convidou artistas novatos, que tinham feito até duas mostras individuais. Barrus e Lorenci nunca expuseram sozinhos e têm seus trabalhos ligados a universidades. O primeiro dá continuidade a seu Projeto Cão Mulato, onde usa os meios de comunicação (televisão, computadores, telefone, etc.) para falar da mestiçagem e seu papel diversificador. Lorenci traz três trabalhos em que usa objetos cotidianos fora do contexto cotidiano para mostrar a influência dos processos culturais na percepção. Este ano ainda acontecerão mais dois Ateliers Finep e, em dezembro, será publicado um livro das quatro exposições.