21 de julho de 2010 | 00h00
Fuller e sua crítica do oeste
Segundo filme assinado por Samuel Fuller, O Barão Aventureiro também é o segundo western do autor que estreara com Eu Matei Jesse James, no ano anterior. Fuller sempre teve a fama de ser um cineasta difícil de classificar e justamente por isso virou um dos ídolos de críticos e futuros diretores como François Truffaut e Jean-Luc Godard, que o incensavam na revista Cahiers du Cinéma. Depois de revisitar o mito do pistoleiro em Jesse James, ele fez de Vincent Price o trapaceiro que, por meio de fraudes, assume quase que inteiramente o controle do estado do Arizona. O jovem Fuller foi jornalista investigativo e, antes disso, soldado na 2ª Guerra. Ele trata o cinema como uma batalha e usa seu barão aventureiro para criticar o capitalismo norte-americano, oferecendo uma versão nada lisonjeira da conquista do Oeste. Um filme poderoso.
TUDO QUE O CÉU PERMITE. EUA, 1956. Direção de Douglas Sirk, com Rock Hudson. Distribuição da Versátil, R$ 37,50
Sirk, família e melodrama
Douglas Sirk adquiriu a reputação de rei do melodrama graças à sua memorável série com Rock Hudson nos anos 1950. Tudo Que o Céu Permite foi o segundo desses filmes, após Sublime Obsessão, de 1954. Na história, Jane Wyman fica viúva e ganha dos filhos um aparelho de televisão. O cineasta já intuía o papel que seria reservado a esta mídia nos anos e décadas seguintes. Mas Jane se enamora do jardineiro interpretado por Hudson e o escândalo está formado. Sirk, que nasceu na Europa, foi um crítico ácido da sociedade norte-americana e de suas convenções. A família sempre esteve no centro de seu cinema e ele tinha cultura suficiente para se reportar à tragédia grega como referência. Lacan gostava de analisar os filmes de Sirk com seus alunos e este, em especial, foi o que inspirou Longe do Paraíso, de Todd Haynes. F
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