"Os Normais" leva manias e paranóias à TV

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Por Agencia Estado
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Você comeria um fiozinho de cabelo da sua cara-metade, caído num prato de massa? Tem vontade e coragem de dizer à sua mulher que ela é frígida? O que você sente quando deixa o banheiro com aquele cheirinho desagradável e, logo em seguida, sua cara-metade entra? Se essas e outras maluquices passam pela sua cabeça, bom sinal: você é normal! O novo humorístico semanal da Globo, Os Normais, que estréia na próxima sexta-feira, depois do Globo Repórter, pretende criar uma identificação com os telespectadores de um jeito que a tevê pouco ousou fazer até agora. Pelas avessas, trazendo à tona situações que seres normais procuram não dar a menor atenção, ou mesmo esconder. "É um humorístico, mas o programa tem mais do que parece", diz Fernanda Torres, que interpreta Vani, a noiva de Rui, vivido por Luiz Fernando Guimarães. É a partir do casal que as histórias rolam. Esse algo a mais pode ser "a busca do limite de até onde se pode abordar assuntos não muito usuais", explica um dos autores do texto, Alexandre Machado. "É um programa diferente porque fala até de cocô! Qual equipe de televisão parou para ficar desvendando esse assunto?", pergunta Fernandinha. Na entrevista coletiva, atores e autores evitaram a palavra, mas Guel Arraes, diretor do núcleo, não hesitou: "psicanalítica". Assim ele define a abordagem que o programa faz da relação entre pessoas - normais, claro. "Essa característica de liberação é o que faz o programa ser diferente." Rui é morador do bairro do Botafogo. É aquele tipo comum - para quem uma pizza e uma transa são quase a mesma coisa-, considera-se normal e reina feliz em meio às suas convicções, enquanto os outros, sim, são malucos. Mantém o relacionamento que já dura cinco anos, mas evita falar em casamento. Vani, trintona típica - dessas que vêem a amiga casar, a irmã ter nenê e ficam possessas de inveja - vive de incertezas e, de objetivo concreto, o casamento. Ela trabalha numa loja de roupas e se considera normalíssima. A confusão mental do macho e as ansiedades da fêmea são confidenciadas à câmera. Os telespectadores entram no tom da cena que virá em seguida, a partir das confissões de Rui e Vani. Mas não espere nada tranqüilo ou parado. Ao contrário: "Cada cena dura em média o tempo de um comercial", fala o diretor José Alvarenga Jr. A linguagem da publicidade se mistura à do teatro e, na tecnologia, do cinema. Serão 12 episódios semanais, sempre com a participação de convidados especiais. Além de Drica Moraes e Murilo Benício no primeiro episódio, já estão escalados Cláudia Raia, Bruno Garcia, Daniel Dantas, Maria Luiza Mendonça e outros.

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