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Orquestra Imperial leva o baile para a sala de casa

Grupo que tem novo álbum de canções próprias abre a festa literária em Paraty

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Por Redação
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A Orquestra Imperial é um fenômeno carioca que vem ganhando terreno e adeptos em outras paragens há um certo tempo. O divertido som de baile do supergrupo agora pode ser ouvido na sala de casa com o lançamento de seu primeiro álbum, Carnaval só Ano Que Vem (Ping Pong Discos/Som Livre). Depois da minitemporada de lançamento no Teatro Rival, durante duas semanas, nesta quarta, 4, eles fazem o show de abertura da Flip (Festa Literária Internacional de Parati), tendo o pianista João Donato como convidado. Na sexta-feira, 13, eles balançam o Circo Voador, no Rio, tocando as músicas do CD e recebendo a paraense Gabi Amarantos, musa do tecnobrega. A participação de convidados, aliás, é uma constante no projeto da banda, que tem atualmente 19 integrantes dentre os mais cotados da cena pop carioca, como Rodrigo Amarante, Pedro Sá, Moreno Veloso, Domenico Lancelotti, Nina Becker, Thalma de Freitas, Nelson Jacobina. Até o veterano baterista Wilson das Neves aderiu ao projeto idealizado por Berna Ceppas e Kassin, que produziram o CD com Mario Caldato Jr. "O Wilson trouxe uma experiência que fez toda diferença para nós Deu uma sacudida na orquestra. Primeiro porque veio legitimar o baile. De outro lado, tem o fato de ele ser um mestre muito generoso", diz a cantora Thalma de Freitas, que está na orquestra desde o início, há cinco anos. Caetano e Seu Jorge Nesse meio tempo eles já tiveram Seu Jorge como integrante e receberam no palco gente da música de diversos estilos, como Caetano Veloso, Marisa Monte, Marcelo Camelo, Zeca Pagodinho, Bebel Gilberto, DJ Marlboro, Luiz Melodia. "Tocar agora com João Donato vai ser um luxo. Estamos todos babando", diz Thalma. Como já foi amplamente divulgado, a O.I., como também é conhecida, começou de brincadeira, com um grupo de amigos que resolveram montar uma orquestra de gafieira para deleite próprio em encontros especiais. No repertório entrava de tudo um pouco - clássicos de gafieira, boleros e outros ritmos latinos, samba-jazz, marchinhas -, mas principalmente sambas. "Com o tempo sinto que a gente está mais íntimo, mais sintonizado", assinala Thalma. "O tempo é uma maravilha para maturar um trabalho." No primeiro semestre deste ano, a big band lançou um EP com quatro faixas de regravações, entre elas os clássicos sambas Me Deixa em Paz (Monsueto/Ayrton Amorim) e Sem Compromisso (Nelson Trigueiro/Geraldo Pereira). O álbum só tem material inédito de integrantes da orquestra e em parcerias com Jorge Mautner, Sandra de Sá, Délcio Carvalho, Tavinho Paes. Fora do Brasil vai ser um disco só juntando o álbum e o EP. "Não fazia sentido a gente gravar as músicas já conhecidas que tocamos nos bailes. Mesmo que algumas não sejam megaconhecidas, já foram muito bem gravadas. É natural, mais orgânico fazer um disco com a nossa cara, já que a gente é um coletivo", esclarece Thalma a quem estranhou a diferença entre o que a orquestra faz ao vivo e o que está no CD. Este é mais contemplativo, embora todos tenham tocado ao vivo em estúdio. Vocais Pegar leve não significa que o disco, sem público e "bagunça", com arranjos mais elaborados, não seja dançante. "Acho que é mais para ouvir tranqüilo em casa mesmo, mas se quiser dá para dançar juntinho, é uma outra pegada", brinca Thalma. Ela se destaca no vocal do samba Não Foi em Vão, de sua autoria, e no sensual samba-canção Rue de Mes Souvenirs (Wilson das Neves/Stephane San Juan), que vem na seqüência sutil da bossa Jardim de Alah (Moreno/Quito Ribeiro), na voz de Moreno. No mesmo clima, Nina Becker se espraia pela sinuosa De um Amor em Paz (Domenico/Délcio Carvalho), com direito a cítaras e metais, para depois cair no frevo final, Supermercado do Amor, Bartolo e Jorge Mautner. Com Jacobina, Mautner também assina o bolero Ela Rebola, que Moreno canta. Os homens também mandam bem nos vocais, mas é Rodrigo Amarante (Los Hermanos) quem ganha maior relevo. É ele quem abre o CD cantando a ótima O Mar e o Ar (dele, Kassin e Domenico), com Thalma fazendo "coro sereia". Na mesma onda marítima e latina, Amarante encara a divertida Yarusha Djaruva, já um hit dos bailes da orquestra. No mais, o CD mantém aceso, digamos, o "espírito da coisa". Incluindo aí o aspecto do humor, como se nota em faixas como o samba Ereção, cantado por Max Sette e dedicado a Beth Carvalho, Luiz Melodia, Ney Matogrosso e Pedro Sá. No dia 16 de agosto a O.I. faz o show de lançamento do CD em São Paulo no Citibank Hall. Nas noites de sexta e sábado da mesma semana, leva para o Studio SP o Festival Imperial, com shows separados das bandas que a orquestra abriga, como a + 2, de Kassin, Moreno e Domenico. Vai ser "a maior curtição". Com ou sem ereção.

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