"Ópera do Malandro" ganha nova montagem

Musical de Chico Buarque, que estreou com sucesso em 1978, volta ao cartaz no Rio, a partir de hoje, no Teatro Carlos Gomes

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Por Agencia Estado
Atualização:

A montagem de Ópera do Malandro, de Chico Buarque, que estréia hoje no Teatro Carlos Gomes, sob a batuta da dupla Charles Möeller e Cláudio Botelho, apresenta às novas gerações a origem de clássicos como Folhetim, Homenagem ao Malandro e Geni e o Zepelin. Na estréia, em 1978, foi uma revolução, pois adaptava para a Lapa dos anos 40, a Ópera dos Três Vinténs, de Brecht e Weil, que haviam tirado a história da Beggar´s Opera, de John Gay. No ocaso da ditadura militar, falava de falcatruas e negociatas e trouxe de volta aos palcos brasileiros a atriz Marieta Severo, além de lançar a cantora Elba Ramalho. Nos anos 80, virou filme dirigido por Ruy Guerra (com Cláudia Ohana, a mesma Elba Ramalho e Edson Celulari protagonizando) e Chico Buarque acrescentou novas músicas. "Um musical com tanta história e tantos hits é um desafio. Cada pessoa tem sua versão para essas canções, mas não nos reportamos ao passado porque o País hoje é outro, o momento político mudou. Nesta versão, levamos em conta o texto original, mas incluímos algumas canções do filme, que consideramos uma revisão do Chico em sua própria obra", diz Möeller, responsável pelos cenários, figurinos e direção-geral. Os protagonistas têm currículo. Mauro Mendonça, Lucinha Lins, Soraya Ravenle, Cláudio Tovar e Alessandra Maestrini têm seu nome nos musicais de sucesso dos últimos anos. E Alexandre Schumacher é uma ótima surpresa como malandro Max Overseas, dosando beleza, cinismo e ingenuidade. O elenco de apoio confirma que hoje o ator brasileiro dança, canta e representa bem. A Ópera do Malandro é a primeira grande produção da gestão de Miguel Falabella na Rede Municipal de Teatro e deve ficar pelo menos cinco meses no Carlos Gomes. Apesar de superprodução, com 27 atores em cena, 12 músicos tocando ao vivo e mais de 30 profissionais nos bastidores, custa R$ 1,2 milhão à prefeitura do Rio. "Só assim uma supeprodução com 27 atores em cena e 12 músicos tocando ao vivo pode ter ingressos a, no máximo, R$ 15", comenta Möeller. "Por enquanto, só tem temporada prevista para o Rio, mas adoraríamos levar o espetáculo para São Paulo."

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