Oficina, 50

Zé Celso comemora 50 anos de sua cia. com estreia de peça e sonho de novo teatro

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Por Maria Eugenia de Menezes
Atualização:

Não basta ter revolucionado os rumos do teatro brasileiro. Para sua festa ser completa, o Oficina quer mais. Já planeja um novo espetáculo, baseado em Bertolt Brecht. Lança os DVDs de suas últimas montagens. Tem dois livros no prelo para comemorar o aniversário. E continua de olho no terreno do vizinho. "Com toda macumba você busca alguma coisa. A nossa é para conseguir o nosso teatro estádio. É um projeto que não é para mim. Eu tenho 74 anos. É algo que me transcende, é para a cidade. É para o processo de revitalização do Bexiga", comenta Zé Celso, diretor que foi um dos fundadores do Oficina, ao lado de Renato Borghi e Amir Haddad. Em 1958, eles surgiram como grupo amador apresentando seu primeiro espetáculo. Três anos depois, em 16 de agosto de 1961, era o momento da profissionalização e da inauguração de sua primeira sede: um teatro na rua Jaceguai, no bairro da Bela Vista. Lá se vai meio século. Mas, desde essa época, resistência já surgia como palavra a encabeçar o vocabulário desse grupo. Naquele distante 1961, foi preciso resistir ao fechamento da sede. Decretada logo no dia seguinte à sua abertura. Depois veio a ditadura militar. E, nas últimas décadas, uma queda de braço com o grupo Silvio Santos, contra a construção de um shopping center. O final feliz nunca esteve tão próximo. Além de o teatro ter sido tombado como patrimônio histórico nacional, agora é o empresário quem diz que aceita trocar o terreno por outro em qualquer lugar da cidade.

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