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"Odeio a mim mesma" é texto de broche em Frankfurt

Um dos broches (pins) mais disputados pela moçada que freqüenta a Feira de Livros de Frankfurt tem um desenho meio gótico de uma garota que diz: "Odeio a mim mesma e quero morrer"

Por Agencia Estado
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Um dos broches (pins) mais disputados pela moçada que freqüenta a Feira de Livros de Frankfurt tem um desenho meio gótico de uma garota que lembra a Vandinha da Família Adams e que diz o seguinte: "Odeio a mim mesma e quero morrer". A frase, na verdade, é o titulo de um livro organizado pelo inglês Tom Reynolds e reúne as 52 músicas mais depressivas que alguém já ouviu na vida. O pin, assim como o livro, são alguns dos destaques da editora britânica Sanctuary, especializada em obras modernetes. A de Reynolds, por exemplo, é uma bem humorada compilação e começa lembrando que a história começa há muito tempo, quando os poetas passaram a musicar seus versos. "Foi uma dúbia decisão", comenta o autor, "porque poetas são pessoas muito pobres: não têm dinheiro, vestem-se mal e, ainda por cima, suas famílias acham que eles deveriam arrumar um emprego de verdade". Em seguida, Reynolds lista e vira de cabeça para baixo músicas de Bruce Springsteen, Evanescence, Loretta Lynn, The Beatles, Celine Dion, Bobby Darin, Frank Sinatra, The Cure, The Doors e Joy Division. Como ele mesmo diz, são canções desde o tipo "ela-me-odeia-então-odeio-as-músicas-dela" até "vou-contar-uma-história-pois-ninguém-quer-ouvir-músicas". As edições da Sanctuary tem um espírito bem ao gosto inglês, ou seja, um estilo elegante que serve apenas para embrulhar um texto sem papas na língua. Um dos primeiros lançamentos do próximo ano, por exemplo, é uma desautorizada biografia de Mick Jagger, escrita pelo critico Alan Clayson. Ele cobre seis décadas de história, desde a provinciana educação, regada a aventuras sexuais, do jovem Michael Philip Jagger até seus afetados maneirimos de estrela máxima do rock. A editora inglesa aposta também no fôlego iconoclasta do documentarista Michael Moore. Em um livro cujo título apresenta um delicioso trocadilho em inglês (Moore & Us), Jesse Larner analisa a figura do cineasta que, ao se tornar uma figura folclórica contra o governo Bush, levanta uma série de dúvidas: seus berros contra o presidente americano vem de um empresário oportunista ou de alguém que realmente se preocupa com o destino da nação? No catálogo da Sanctuary estão ainda Fool the World, uma história oral do The Pixies, e The Rolling Thunder Logbook, nova edição do diário que o escritor e dramaturgo Sam Shepard fez da maluca excursão capitaneada por Bob Dylan, em 1975, por 22 cidades americanas.

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