10 de agosto de 2010 | 00h00
Sob o tema Cartas, Diários e Outras Subversões, a mesa partia do fato de as duas escritoras escreverem romances com base em fragmentos de outras formas de narrativa, como áudio (caso de Dromedário na Janela, mais recente romance de Carola, em que a autora reproduz na narração o que seriam fitas gravadas pela protagonista), cartas e diários (expediente usado por Wendy em romances como Nunca Fui Primeira-Dama, publicado este ano no Brasil). "Ao escrever como se transcrevesse fitas, busquei construir um simulacro da realidade, me afastar da palavra escrita e refazer a palavra oral tal como ela poderia ser sem som", explicou Carola. Wendy disse não aguentar mais "ler livros que aborrecem por nunca explorar experimentações na estrutura do texto."
O debate também avaliou a exposição do escritor na literatura, já que Wendy, que optou por continuar vivendo em Cuba e vê de perto as dificuldades da população de seu país, parte de dados biográficos para sua obra. "Não posso ter relação filial com outra coisa que não seja a arte", afirmou a cubana sobre a proximidade entre o que vive e escreve.
E houve espaço para momentos de descontração, como quando Cuenca relatou o receio que sentiu ao andar, no dia anterior, numa lancha conduzida em alta velocidade por Wendy. "Admiro os camicases. Seria um bom final bater meu barco na Flip", disse ela, cheia de poesia, ao que o carioca rebateu: "Eu não precisava fazer parte desse projeto!"
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