31 de agosto de 2010 | 00h00
Da maneira como encaixou A Cura na programação, a Globo testa o modelo de séries americanas apresentadas semana a semana, em episódios dependentes. Antes de a série estrear, a dúvida era se o telespectador se sentiria apegado à história ao ponto de segui-la durante nove semanas. A resposta é sim, já que o Ibope registrou uma queda de cinco pontos entre o primeiro e o segundo episódio - de 20 para 15 pontos.
Não é tão grave, se levarmos em conta o horário eleitoral, que empurra a programação para mais tarde, e o comportamento de séries americanas desse tipo, cuja tendência é a audiência cair um pouco. Por outro lado, não há como negar que a minissérie de João Emanuel Carneiro e Marcos Bernstein, produto impecável, merecia ser apresentada numa tacada só, para mais gente ver. Não sou só eu que acho, mas muitos leitores que se manifestaram sobre o assunto no blog do TV no Portal do Estadão e na internet por aí.
Dá uma certa tristeza quando o capítulo termina, e você pensa "agora, só semana que vem". Durante o capítulo, o sentimento é o mesmo, de um bloco para o outro e nos cortes que alternam a história contemporânea, do médico Dimas (Selton Mello) e a do século 18, de Silvério (Carmo Dalla Vecchia), que criam suspense o tempo inteiro. O barroco de Diamantina é ideal para compor o clima. E a cidade é aproveitada nos mínimos detalhes por Ricardo Waddington e, rodada no mais moderno HD, vira personagem.
Entre os pontos positivos do seriado que tem tantos destaques, a atuação de Selton Mello, já é quase um clichê dizer, é excelente, e a experiência como diretor parece ter feito dele um ator melhor. No set, ele disse, inclusive, que gostaria de dirigir um episódio do seriado, quem sabe, numa segunda temporada. É uma boa desculpa para ter bis no ano que vem. / P.V.
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