PUBLICIDADE

Obra de Hilda Hilst chega a Portugal

Textos da escritora, morta em fevereiro, serão editados na Europa e devem ainda integrar uma coletânea organizada nos Estados Unidos

Por Agencia Estado
Atualização:

Hilda Hilst escreveu poesia, prosa e teatro. Somam mais de 40 títulos, uma obra polêmica e provocadora. Autora pouco reconhecida por parte do grande público e da crítica brasileira, considerada "cult" por muitos, apesar de ter conquistado grandes prêmios, como o Jabuti, uma reavaliação crítica só foi feita depois da publicação de sua obra completa pela editora Globo, organizada pelo professor da Unicamp Alcir Pécora. Agora, meses após a sua morte em 4 de fevereiro, a obra de Hilda Hilst passa a ser publicada em Portugal e deve sair em coletânea de textos brasileiros na Oxford Anthology of the Brazilian Short History, organizada pelo professor da Universidade de Yale K. David Jackson. Em Portugal, os leitores poderão encontrar Cartas de um Sedutor pela editora Porto Campo de Letras, que também deverá publicar, até o fim do ano, A Obscena Senhora D. Depois da França, Itália e Alemanha, prosa e poesia chegam às terras portuguesas com versão praticamente igual à brasileira, até mesmo com o texto de apresentação de Alcir Pécora. Segundo o amigo e "manager" da escritora, José Mora Fuentes, as negociações entre as editoras começaram em novembro. "Ainda não tenho números oficiais, mas sabemos que o livro foi bem aceito pela crítica." Fuentes diz que outros projetos em outros países estão em fase de negociação, porém não quis revelar as editoras envolvidas. Quanto à coletânea do professor de Yale, o convite surgiu há cerca de um ano e meio. "Ainda não é 100% garantido, houve um contato do professor, no entanto nada foi publicado ainda, a divulgação deverá ocorrer de duas formas: no meio acadêmico e para o público em geral." O texto escolhido para a coletânea é Agda, traduzido pela professora da Universidade da Flórida Elizabeth Lowe. "Hilda é uma excelente escritora, com um enfoque lírico e místico e ainda com uma vertente erótica. Ela tem grandes qualidades de um escritor da tradição modernista como o ritmo, a musicalidade e a narrativa interior. Eu decidi incluir Agda na coletânea por ter um aspecto experimental, além de ser o único texto da autora que encontrei em inglês", observa o professor e organizador da coletânea, K. David Jackson.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.