PUBLICIDADE

O terror no caminho da passarela em NY

Dez meninas brasileiras, que tentavam a sorte na Semana de Moda de NY, viram as explosões e cobriram a boca para não respirar a fumaça

Por Agencia Estado
Atualização:

A dona da Ford Models, Kate Ford, funcionou como uma espécie de porto seguro para as jovens contratadas brasileiras que vieram tentar a sorte nos castings - escolha de modelos para desfilar na New York Fashion Week. Ela abrigou 10 garotas, algumas de 14 anos, na própria casa, fez um supermercado para uma eventual longa estada e ligou para o Brasil avisando que estava tudo bem. As modelos estavam em ação quando o World Trade foi atingido. "As garotas estavam apavoradas", contou a assessora brasileira da Ford, Lúcia Fleury. "Da sede da empresa, que é em Manhattan, deu para ver tudo, sentir a poeira e a fumaça. As meninas chegaram a tapar a boca com um pano com medo de aspirar a fumaça". Acidente ou truque - Giovani Frasson, editor de moda da revista Vogue Brasil, estava com a equipe da grife Rosa Chá quando viu a segunda colisão. "Primeiro avistamos o momento em que o avião se chocou contra o edifício. Inicialmente, ocorreu uma chuva de papel, como se todos os documentos dos escritórios do prédio viessem abaixo. Segundos mais tarde, o local explodiu e pegou fogo. Achei que fosse acidente ou truque de filme hollywoodiano". A primeira preocupação de Frasson foi com a modelo Luciana Curtis e o maquiador Américo. "Eles alugaram um apartamento exatamente ao lado. Foram duas horas de apreensão até constatar que estavam bem", disse. Caroline Ribeiro, top da agência Marilyn, foi se abrigar na casa da amiga e colega Ana Cláudia Michels. A casa dela foi interditada por ser vizinha ao local do atentado. Eventos cancelados - A veterana Luiza Brunet, de 39 anos, chegou ontem a Nova York, acompanhada da filha Yasmin, de 13, que participaria do desfile da Rosa Chá marcado para hoje. O marido, Armando, que está em Miami, não conseguiu ir encontrá-las como planejado por causa dos vôos cancelados em território norte-americano. Segundo o proprietário da Rosa Chá, Amir Slama, de 36 anos, que levou os dois filhos, de 12 e 9 anos a Nova York para poder passar um tempo eles, a situação "ficou um caos. Parecia filme do Spielberg. Estávamos tomando café e de repente o prédio desabou na nossa frente." O custo total do desfile que mostraria 95 looks da etiqueta com uma equipe de 35 modelos ficou em US$ 135 mil, dos quais 70% patrocinados. Slama não sabe se o evento será amanhã ou fica para a próxima semana. "Até a semana que vem consigo esperar, depois fica difícil, é muita gente e muita produção envolvida." Além da New York Fashion Week, iniciada no dia 7 de setembro e prevista para terminar dia 13, o Grammy Latino, que deveria ter sido realizado ontem à noite em Los Angeles, também foi cancelado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.