O sobrenatural predomina em A Mulher de Preto

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Por AE
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Em seu primeiro trabalho após a série Harry Potter, o ator Daniel Radcliffe, agora aos 22 anos, continua às voltas com o sobrenatural. Em A Mulher de Preto, de James Watkins, baseado no livro de Susan Hill, ele faz o jovem advogado Arthur Kipps, incumbido de um caso difícil. Ele deve tratar dos assuntos pendentes de uma propriedade, abandonada depois que o dono morreu. O próprio Kipps não se encontra em bom estado. Viúvo, pois a mulher morreu de parto, cria sozinho um filho de 3 anos, e não encontra grande motivação em viver. O filme começa nesse tom soturno e assim vai até o fim. É filme de época, em que carruagens convivem com os primeiros automóveis, fotografado em tons escuros e cheio de tipos suspeitos. A morte ronda cada fotograma, ou, pelo menos, essa parece ser a intenção do diretor Watkins. Daí que a missão de Kipps, arriscado de perder o emprego, será das mais espinhosas. A mansão abandonada fica perto de uma localidade litorânea. Ninguém quer hospedar o advogado e muito menos auxiliá-lo em seu trabalho. Kipps só encontra hostilidade e desconfiança. Parece que uma maldição paira sobre o povoado e ela pode ter origem na velha casa que, periodicamente, fica isolada pela maré. Existe um quesito básico para um filme de terror: criar uma atmosfera assustadora. Como fazê-lo? Inovando ou buscando novas formas? Watkins encontra sua resposta ao apoiar-se em tudo o que o gênero já usou e consagrou. Não dá um passo fora do previsto. Mobiliza todas as artimanhas e receitas manjadas. Todas mesmo. Pequeno povoado com gente assustada, casa decrépita e isolada, com cemitério no jardim, pântano fumegante nas proximidades. E, sim, sustos que se escondem atrás de cada porta, rangidos noturnos, fantasmas que aparecem primeiro de maneira dissimulada, depois cada vez mais atrevidos. A reciclagem do mesmo destina-se a produzir medo na plateia, em especial no público teen. Público que, aliás, tem acorrido em peso às pré-estreias do filme e enchido as salas com gritinhos de medo e sua torcida aflita pelo ex-Harry Potter. Sim, porque A Mulher Vestida de Preto, apesar do ar british e, portanto, mais sóbrio que seus congêneres do outro lado do Atlântico, não disfarça a vocação de terror para consumo adolescente, a começar pela escalação do astro inglês para o papel principal. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

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