18 de julho de 2013 | 03h03
Ou então me vejo chegando aos Estados Unidos, sendo barrado por um agente da imigração e levado para uma sala sem janelas, onde sou cercado por outros agentes, provavelmente da CIA, que me pedem explicações sobre um telefonema, obviamente em código, que fiz antes de viajar. Reconheço minha voz na gravação.
- O que quer dizer "à calabresa", Mr. Verissimo? - pergunta um dos agentes.
Estou confuso. Não consigo pensar. Calabresa, calabresa...
- Alguma referência à máfia? Uma ligação da organização terrorista à qual o senhor evidentemente pertence, como a camorra, visando a um atentado aqui nos Estados Unidos? O senhor veio se encontrar com a máfia americana para acertar os detalhes do complô. É isso, Mr. Verissimo?
- Não, não. Eu...
- Notamos que, mais de uma vez na gravação, o senhor diz "sem orégano, sem orégano". Deduzimos que há uma divergência dentro do complô entre vocês e a máfia, uns a favor de se usar "orégano" no atentado, outros contra. O que, exatamente, significa "orégano"?
Finalmente, me dou conta.
- Orégano significa orégano. Eu estava pedindo uma...
- Por favor, não faça pouco da nossa inteligência, Mr.Verissimo. Não gastamos milhões de dólares para ouvir que orégano significa orégano.
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