O que querem essas mulheres?

Críticos talvez exagerem ao definir Sang-soo como o Eric Rohmer ou o Yasujiro Ozu de sua geração

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Por Redação
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Hong Sang-soo não para. Em Cannes, no ano passado, ele mostrou A Visitante Francesa. Em Berlim, em fevereiro, concorreu com Nobody's Daughter Haewon. E já se comenta que estará de volta a Cannes, em maio, na mostra Un Certain Regard, com o novo longa que conclui rapidamente, Our Sun-Hee. Os críticos talvez exagerem ao definir Sang-soo como o Eric Rohmer ou o Yasujiro Ozu de sua geração, mas ele certamente adora os tons discretos, as narrativas minimalistas.É um cinema antihollywoodiano, feito sem roteiro, mas não de forma improvisada, como Isabelle Huppert esclarece na entrevista acima. A Visitante Francesa retoma muita coisa do autor. As conversas, as bebedeiras, as relações amorosas complicadas, os diretores e roteiristas de cinema. Mas há algo que agora difere, e que talvez tenha a ver com a presença de Isabelle Huppert. Em vez de filmá-la no bairro boêmio de Seul que abriga a maioria de seus filmes, Sang-soo busca outra moldura - a cidade litorânea.É nela que Isabelle vive suas três histórias, sempre como a estrangeira chamada 'Anne'. O que faz, o que busca essa mulher? Sang-soo propõe uma trama tênue, com diálogos simples, ocasionalmente divertidos. E assim como há Anne há o salva-vidas tão apaixonado quanto atrapalhado - quem faz o papel é o ator fetiche do diretor, Yu Jungsang. Não ocorre muita coisa, histórias e personagens propõem sutis variações de uma mesma história, e de uma mesma personagem. Mas, se o espectador entra na brincadeira - o cinema de Sang-soo é lúdico -, há aqui uma interessante reflexão sobre o jeito como as mulheres amam, a forma como os sul-coreanos acolhem os estrangeiros e também como nossas ações podem ser influenciadas pela cultura, ou por diferentes estados de espírito.Crítica: Luiz Carlos MertenJJJJ ÓTIMOJJJ BOM

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