"O Povo Brasileiro", pelo olhar de Darcy Ribeiro

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Por Agencia Estado
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O pensamento de Darcy Ribeiro, intelectual que como poucos soube traduzir a alma do brasileiro, é destaque da nova série que o GNT (Net/Sky) estréia nesta segunda, dia 3, às 23 horas. Em 10 capítulos, exibidos diariamente até o dia 14, é possível conhecer mais sobre a identidade do Brasil a partir de seus importantes estudos. O Povo Brasileiro tem narração do ator Matheus Nachtergaele, com participações de Chico Buarque, Tom Zé, Antônio Cândido, Aziz Ab´Saber, Paulo Vanzolini, Gilberto Gil, Hermano Vianna e José Celso Martinez Corrêa, entre outros. A produção, adaptada da obra de mesmo nome publicada pelo antropólogo em 1995, destaca o depoimento de Darcy, gravado no mesmo ano, no qual ele comenta sobre a saga do povo brasileiro e sua obra recém?lançada. A diretora Isa Grinspum Ferraz, que por 13 anos foi colaborada de Darcy, contou com a assessoria de Antônio Risério e Marcos Pompéia para a elaboração dos roteiros. Em 1995, lendo os capítulos iniciais de "O Povo Brasileiro", Isa sugeriu a Darcy que contasse aquela história para um programa de televisão. Apesar de doente, ele aceitou o desafio e por quatro dias registrou seu grande depoimento sobre a formação cultural do povo brasileiro. "Tive o imenso privilégio de trabalhar e conviver com Darcy Ribeiro por mais de uma década. Brilhante, inquieto, engraçado, provocativo, genial. Darcy trabalhava sempre, pensava muito, inventava coisas, era um vulcão", define Isa. Cada programa ? todos com duração de 26 minutos - traz uma discussão a respeito da formação do que hoje é a população brasileira, o relacionamento com os índios, Portugal, África, até o sincretismo cultural. As imagens foram captadas em várias regiões brasileiras e também pesquisadas em arquivos no Brasil e em cinematecas da França, Portugal e Angola. Darcy Ribeiro concluiu sua obra O Povo Brasileiro em 1995, dois meses após deixar o hospital onde estivera internado para tratamento de um câncer, falecendo em 1997. Na introdução do livro, ele diz que a obra visa contribuir para responder à pergunta: "Por que o Brasil ainda não deu certo?". "Primeiro, pela análise do processo de gestação étnica que veio a formar o povo brasileiro. Depois, pelo estudo das linhas de diversificação que plasmaram os nossos modos regionais de ser. E, finalmente, por via da crítica do sistema institucional, notadamente a propriedade fundiária e o regime de trabalho ? no âmbito do qual o povo brasileiro surgiu e cresceu, constrangido e deformado", escreve ele. A série é uma co-produção do canal GNT com a produtora Superfilmes e a TV Cultura, de São Paulo, que exibirá os programas em setembro.

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