PUBLICIDADE

'O Pequeno Italiano' mostra vida difícil na Rússia

Rússia do filme parece ser apenas um local onde as pessoas vão em busca de crianças para adotar

Por Reuters
Atualização:

Símbolo de uma renovação do moderno cinema russo, o drama O Pequeno Italiano, de Andrei Kravchuk, estréia nesta sexta-feira, 7, em São Paulo. Vencedor de dois prêmios no Festival de Berlim de 2005, entre eles um concedido por um júri mirim, o filme foi selecionado pela Rússia para representá-la no ano passado no Oscar.  Assista ao trailer de 'O Pequeno Italiano'  O personagem-título é Vanya (Kolya Spiridonov), um órfão russo de 6 anos, a quem a sorte parece sorrir quando um casal de italianos decide adotá-lo. Numa das primeiras cenas, o casal italiano chega a uma região desolada da Rússia, coberta por neve e pobreza. Eles são levados ao orfanato por Madam (Mariya Kuznetsova), uma mulher que ganha a vida facilitando a adoção de crianças por europeus de países mais ricos - enfim, ela trafica órfãos, por assim dizer. O casal se encanta com Vanya e decide adotá-lo. Porém, é preciso esperar algum tempo até que a burocracia local libere os papéis para levar o garoto. Nesse período, o menino conhece uma mulher cujo filho estava no orfanato e foi dado para adoção. Agora, quando ela volta para reclamá-lo, mas não o encontra mais. Esse incidente será o início de uma crise de identidade do garoto, que decide tentar encontrar sua mãe biológica, mesmo que isso signifique não mais ir para a Itália. Vanya, que ganhou o apelido de Pequeno Italiano, começa uma verdadeira aventura em busca de sua mãe. Primeiro, consegue sua ficha e um endereço antigo no primeiro orfanato que o abrigou, quando recém-nascido. O diretor Kravchuk coloca seu personagem viajando por uma Rússia pobre, na qual seus moradores não têm muitas esperanças. O filme nunca identifica em que cidade acontece a ação. Assim, é como se generalizasse por todo o país este retrato de caos social. A Rússia do filme parece ser apenas um local onde as pessoas vão em busca de crianças para adotar. Aquelas que não conseguem um novo lar, crescem sem perspectivas na vida. Fugindo de exageros melodramáticos, Andrei Kravchuk realiza um filme honesto e realista. Seu protagonista Vanya não é aquele tipo de criança de olhar inocente e ingênuo. Pelo contrário, o semblante do garoto é pesado, triste - como o de alguém que já passou por diversas experiências difíceis em tão pouco tempo de vida. Nem por isso seu entusiasmo na procura pela mãe deixa de ser contagiante. (Por Alysson Oliveira, do Cineweb)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.