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O novo rei dos bailes

Por Roberta Pennafort
Atualização:

Nova fase. "Há muito tempo eu queria fazer um disco dançante", diz Emílio Santiago

 

 

Experimente ouvir Só Danço Samba, o novo CD de Emílio Santiago, sem preconceitos. Pode acontecer de você não cair de amores por ele, mas não há como negar que se está diante de um bom intérprete. O momento é de comemoração dos 40 anos de carreira de Emílio, e o CD recupera seu passado de crooner. Depois de passar por Nova York e pelo Rio, o show de lançamento chega hoje ao Citibank Hall (amanhã também tem). No início dos anos 70, bem antes da era das Aquarelas Brasileiras - foram sete volumes, de 1988 a 1995, época em que vendeu mais de quatro milhões de discos e foi produzido por Roberto Menescal -, um jovem estudante de direito carioca, de voz incrivelmente macia e suingue contagiante, começava a concorrer em festivais, a participar de programas de calouros e, finalmente, a cantar como crooner em clubes e boates do Rio. Logo Emílio entraria para a orquestra de Ed Lincoln, o rei dos bailes, com a qual rodaria o País botando muita gente pra dançar juntinho. Daquela época, ele recuperou músicas hoje desconhecidas, como Olhou Pra Mim, Nunca Mais (ambas de Lincoln/ Sílvio Cesar) e Deix" Isso Pra Lá (Ed Lincoln/Luiz Paulo). Acrescentou os sucessos atemporais Só Danço Samba (Tom Jobim/Vinicius de Moraes), Tendência (Dona Ivone Lara/Jorge Aragão) e Samba de Verão (Marcos Valle/Paulo Sérgio Valle), e composições mais recentes, como Chega (Mart"nália/Mombaça), e chamou grandes músicos para embalar a festa. "Há muito tempo eu queria fazer um disco dançante", conta Emílio, que tem boas lembranças daquelas noites. "Cantávamos por quatro horas e ninguém ficava cansado. Todos os grandes cantores começaram na noite: Sinatra, Tony Bennett, Ângela Maria..." A quem for ao Citibank conferir: Emílio não deixa de cantar seus sambas-assinatura: Saigon, Verdade Chinesa, Logo Agora. "Por que não? Você passa a vida toda construindo uma carreira pra depois renegar o sucesso?" EMÍLIO SANTIAGO Citibank Hall. (1.450 lugares). Avenida Jamaris, 213, Moema, telefone 4003-5588. Hoje e amanhã, às 22 horas. R$ 60/ R$ 130.

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