O mito profano

Exposição em Paris celebra a violência criativa do pintor Basquiat

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Por Andrei Netto
Atualização:

Filas de 400, 500 metros se prolongam pela Avenida Président Wilson, na entrada do Museu de Arte Moderna da Cidade de Paris. A espera de mais de 40 minutos é o esforço exigido de quem não quer perder a exposição Basquiat, uma retrospectiva dedicada ao pintor americano Jean-Michel Basquiat, nascido há 50 anos e morto aos 27, vítima de uma overdose, em 1988 - no auge de seu sucesso.Arrebatadora é o mínimo que se pode dizer da mostra. Planejada pelos comissários Marie-Sophie Carron de la Carrière e Dieter Burchhart - o autor de outro sucesso de 2010 em Paris, O Anti-Cri, sobre Edward Munch -, a exposição revisita a vida de Basquiat, de seus primeiros grafites nos muros dos imóveis da zona sul de Manhattan, em 1976, às mostras internacionais realizadas na Europa, sob os holofotes, apenas seis anos depois.Tudo está em cartaz: as origens afro-americanas de sua família, o vodu praticado no Haiti - terra de seu pai -, seu orgulho como negro, o desejo de liberdade, as drogas, a superexposição midiática. Mas, sobretudo, está a ascensão fulminante de um artista que deixou seu espaço profano, as ruas, para tomar galerias e museus, os templos sagrados da arte.

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