07 de abril de 2012 | 03h06
A reunião não é um acaso. A banda pernambucana, espécie de herdeira da cena mangue beat, instalada nos anos 90 por Chico Science, foi responsável pela versão de Ela Voltou Diferente, presente no disco-tributo a Odair, lançado em 2005. Em várias oportunidades, inclusive nesta entrevista ao Estado, o cantor ressaltou quanto o agradou esta leitura melancólica proposta pelos rapazes. Não é uma música que costuma entrar no repertório ao vivo do goiano, o que torna o encontro ainda mais atrativo.
Poucas são as semelhanças entre Odair e Mombojó, mas, curiosamente, a pílula, ela mesma, é uma delas. No megassucesso censurado, Uma Vida Só (Pare de Tomar a Pílula), o mote era o incentivo à natalidade. Já em Novo Prazer, faixa do álbum Homem-Espuma, a graça é desvendar o travamento psicológico de quem não consegue ingerir pílulas, comprimidos.
O vocalista Felipe S não esconde a admiração pelo lirismo objetivo do ícone popular. "Tem uma música que eu gravei no primeiro disco, que se chama Merda, em que me inspirei muito no jeito dele escrever. É uma coisa que você pensa, acha que não pode falar porque não é bonito, mas, às vezes, a verdade tem uma beleza, sabe?"
Em 11 anos de estrada, o Mombojó passou de um septeto para um quinteto. Um dos integrantes, o flautista Rafael Torres, morreu do coração em 2007. Já o violonista Marcelo Campello deixou a banda no ano seguinte para assumir novos projetos.
"A gente nunca chegou a pensar em desistir. Começamos tentando reformular as músicas que já existiam. Não tínhamos vontade de colocar um outro integrante na banda, porque o lance começou muito pela amizade. A gente virou uma família", explica o vocalista.
O grupo já tem novo disco finalizado, gravado nos estúdios da Trama, mas que será lançado de maneira independente nos próximos meses. A princípio, conta a banda, sairá somente no formato vinil. Como era praxe na época de Odair. / E.B.
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