O início, o fim e o meio

Paulo Coelho inspira filme sobre sua vida e obra, da infância ao sucesso mundial com 'O Alquimista'

PUBLICIDADE

Por Flavia Guerra e RIO
Atualização:

"Sou o que as pessoas imaginam", disse Paulo Coelho quando recebeu o ator Júlio Andrade em sua casa na Suíça há alguns meses. Júlio, que incorporou o cantor Gonzaguinha em Gonzaga - De Pai para Filho, estava então prestes a encarar outro desafio: viver o escritor nas telas, no filme Não Pare na Pista - A Melhor História de Paulo Coelho, que está em sua última semana de filmagens, na Espanha. Diferentemente do filho de Luiz Gonzaga, Coelho era uma figura muito distante para Andrade. Mas exatamente por isso é que tanto o ator quanto a equipe de Não Pare na Pista tiveram liberdade para criar o Paulo Coelho que imaginavam.E é este Paulo Coelho que chega aos cinemas em 2014. O longa, que vem sendo rodado há nove semanas entre Rio e Espanha, retrata a vida do escritor desde sua infância até o momento em que realizou seu sonho de se tornar um escritor, passando, ainda que mais rapidamente, pela fase atual, em que Coelho, já consagrado, é o autor brasileiro que mais vende livros no mundo. "É sua trajetória desde a infância no Rio, o início do sonho, as dificuldades com a família, a formação de seu caráter, a amizade e a parceria com Raul, seus amores e desafios que compõem esta história", contou Daniel Augusto, diretor do filme, que conversou com o Estado em dois momentos: no Rio, quando filmava em junho, na Fundição Progresso, a cena em que Raul Seixas e Coelho fazem um show e cantam justamente Não Pare na Pista; e por telefone, anteontem, da Espanha, onde rodava cenas no Caminho de Santiago de Compostela.Escrita por Carolina Kotscho (de 2 Filhos de Francisco), a saga do escritor levou alguns anos para ganhar seu roteiro. "Meu primeiro contato com o Paulo foi em 2007. Tinha acabado de ver um documentário sobre ele produzido por um amigo, o Roberto Viana. E estava na casa dele quando Paulo ligou para contar que tinha visto e se emocionado com 2 Filhos de Francisco. Então, Roberto disse: 'Estou com a roteirista do filme aqui, fala com ela'. E assim conheci o Paulo", conta Carolina, que somente em 2010 entregou ao escritor a primeira versão do roteiro que agora ganhará as telas. "Foi um processo para ganhar a confiança dele. Tempos depois, quando já escrevia o roteiro, fiquei doente, mas nunca desisti dessa história. Esse filme não poderia ter outro nome que Não Pare na Pista, pois é sobre a persistência. A do Paulo, a minha e a de todos nós."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.