20 de agosto de 2010 | 11h00
Na peça, o gatinho é adotado por um casal de espertos ratos que morava na biblioteca. "Eles são inteligentes, é claro, como a expressão ''rato de biblioteca''", diz Priscila. Com esse humor singular, tênue, segue a narrativa. A vida do felino se guia bem. Ele adorava a queijadinha e outros quitutes - todos com queijo - preparados pela mãe e vivia em harmonia com os outros roedores. Mas o bichano cresceu, cresceu e cresceu. Ficou muito mais alto e mais forte do que todos os conhecidos. "São os hormônios", explica o papai-rato, temeroso quanto à reação do filho ao saber a verdade.
Ao ler uma enciclopédia, o gatinho descobre a verdade e foge para encontrar seus iguais. Ele o faz e conhece Big, um gato malandro e de bom coração, que começa a ensinar tudo o que ele precisa saber sobre os felinos: são livres, gostam da Lua e... comem ratos.
Neste momento, o gatinho precisa amadurecer para entender onde é seu verdadeiro lar. "Essa é a minha primeira peça infantil. Mas mesmo nos meus outros textos adultos, trato muito da questão do ser diferente", explica a diretora. "Na história do gatinho, há também o medo de rejeição que acomete os pais nessa situação. A peça discute até quanto é necessário ser parecido ou semelhante. "O que é se sentir diferente?", questiona Priscila. "Quero mostrar que isso é bom. Imagine como seria o mundo se não houvesse isso? A adoção acabou entrando de modo sutil".
Para os pais, a boa pedida é aproveitar as sutis referências que Priscila colocou no texto e na trilha sonora da peça, com temas de Superman e do Super-Mouse, misturados com a música clássica de Vivaldi, Mozart e Bach. As informações são do Jornal da Tarde.
O Gato Que Pensava Ser Rato. Teatro Ruth Escobar (Rua dos Ingleses, 209). Tel. (011) 3289-2358. De amanhã a 10 de outubro. Sáb. e dom, às 17h30. Ingresso: R$ 20 (crianças até 12 anos pagam meia-entrada).
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