O futuro da imagem no Paraty em Foco

Na 7ª edição, o evento começa hoje e vai até domingo

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Por SIMONETTA PERSICHETTI
Atualização:

Qual o futuro da imagem? O que podemos falar sobre a fotografia de hoje? Banalizada ou completamente integrada a uma nova estética mundial em que a superficialidade impera e o pensar se faz cada vez menos importante? Será que as fotografias ou imagens produzidas são mero espelho de nossa contemporaneidade, um alerta para a maneira como estamos lendo e recebendo essa quantidade de informações? Dilemas mais que pertinentes que serão discutidos a partir de hoje na sétima edição do Paraty em Foco. Como interpretar ou entender o que estamos produzindo diante de uma possibilidade incrível de escolhas. O futuro da imagem, da comunicação tem sido um tema recorrente em vários festivais de fotografia, em diversos seminários de produção cultural. A rápida transformação de suportes, a disseminação imediata, assusta, mas, ao mesmo tempo, nos coloca frente a uma nova e maravilhosa realidade. Nada mais pertinente, portanto, do que uma semana na qual essas discussões, ou melhor preocupações, serão o foco de debates, entrevistas e workshops.Nesse festival são várias as exposições em que isso pode ser sentido, ou visto. Como no trabalho da norte-americana Penélope Umbrico, que trabalha a reciclagem da imagem, apropriando-se de várias imagens de pôr do sol , capturadas no flickr. Ou então na multiplicidade de monitores, esses também repetidos. Nessa linha de se apropriar das imagens que mais fazem sucesso na contemporaneidade, o fotógrafo Evan Baden, nascido na Arábia Saudita, mas formado em Artes nos Estados Unidos, onde vive, apresenta seu ensaio Illuminati, fotos que adolescentes andam espalhando pela redes sociais de forma narcísica. Iluminados apenas pelas luzes dos computadores ou de seus celulares, o nome do ensaio remete às antigas sociedades secretas. Já o aspecto menos espetáculo e ainda documental é representado pela inglesa Olivia Arthur - que traz para o Paraty em Foco um belo ensaio sobre mulheres no Irã. Beyond the Veil (Além do véu) é um ensaio que tenta nos apresentar a vida de mulheres iranianas quando fecham a porta de suas casas e retiram a burca. No cenário nacional do festival que vai até domingo, o grande destaque fica com o fotógrafo, pintor e diretor de cinema Miguel Rio Branco. Entre os convidados internacionais, talvez a grande novidade seja o sul-africano Pieter Hugo (leia entrevista ao lado), também da área documental, que se destaca por suas composições pessoais e um olhar muito particular para revelar o seu país.

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