02 de maio de 2012 | 10h14
Esse acúmulo de filmes não deixa de ser prejudicial, pela urgência com que terão de ser tomadas as decisões. Não há como antecipar o que poderá fazer o júri presidido por João Batista de Andrade, cineasta cuja obra se pauta pelo recorte político, sem deixar de ter, em seus melhores momentos, preocupações de linguagem - na forma de abordar documentário e ficção. Um ator como Matheus Nachtergaele, que interpreta o filme mudo "Na Quadrada das Águas Perdidas", que passou na terça, é sempre candidato a melhor.
Com exceção da primeira noite, a mais fraca de público, Recife confirmou seu status de ser o grande festival de público do cinema brasileiro. As sessões no Cine-Teatro Guararapes lotaram, e em diversos filmes a plateia esteve bem entusiasmada. Boa parte da seleção contemplou obras de conteúdo musical, ou filmes tratando de perdas ou relações familiares, entre pais e filhos.
Uma eventual derrota de "Paraísos Artificiais", de Marcos Prado, que estreia sexta nos cinemas, não prejudicará o filme que traz para a tela (e o cinema brasileiro) o universo da música eletrônica? Foi a pergunta que a reportagem fez ao diretor e Prado, que filmou parte da produção numa praia próxima, respondeu convicto de que, se "Paraísos" perder, não será por falta de qualidade.
O melhor, na avaliação parcial que podia ser feita na terça, é o documentário de Pedro Bial e Heitor d?Alincourt sobre Jorge Mautner, "O Filho do Holocausto". Cacá Diegues, homenageado aqui no Recife, comentou com o ex-genro - Bial foi casado com sua filha, Isabel -, que "O Filho do Holocausto" é documentário com um gostinho de ficção. Matou a charada. O filme é ótimo, e como tributo a Mautner, necessário e absoluto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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