
13 de janeiro de 2011 | 00h00
Resultado de quase dois anos de pesquisa, a peça foi buscar no sertão de Minas Gerais o mote para a sua dramaturgia. Embrenhados pelo interior, encenador e atores foram reencontrar marcos da ficção rosiana. Em Grande Sertão: Veredas, Riobaldo e Diadorim se conhecem diante de um rio chamado De Janeiro.
Foi a partir de lá que o Redimunho começou a sua busca e se perdeu pelos caminhos até dar no Rio São Francisco.
Pelo trajeto, foram recolhendo histórias. Episódios de aura quase fantástica que povoam a imaginação dos sertanejos. É aí que Marulho encontra Guimarães Rosa, alerta o diretor, explicando que nunca se deteve especificamente na adaptação de uma obra do ficcionista, mas na apreensão de seu "universo".
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Veja trechos da peça Marulho: O caminho do Rio
Um caminho muito semelhante àquele que eles já haviam trilhado em Casa, montagem de 2006 que lhes valeu o prêmio APCA de melhor texto, e Vesperais na Janela, de 2008.
Foi exatamente o temor de se repetir que levou o grupo à tônica do novo espetáculo.
Para além do material que alcançaram em suas pesquisas, os atores perceberam que era hora de se colocar em cena, de revelarem um tanto de suas questões e angústias.
A montagem se desdobra assim em dois planos, explica Pompeu. Um devotado à ficção. Outro, voltado à realidade, pontuando as trajetórias desses artistas e seus embates constantes com a arte de representar.
MARULHO: O CAMINHO DO RIO
Espaço Redimunho. Rua Álva-ro de Carvalho, 75, Bela Vista, tel. 3101-9645 e 3237-4898. Sáb., 21 h; dom., 19 h. R$ 30.
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