O eterno retorno a Guimarães Rosa

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Por Maria Eugenia de Menezes
Atualização:

Vem de longe a relação do grupo Redimunho com Guimarães Rosa. Desde seu primeiro espetáculo, em 2006, o diretor Rudifran Pompeu e seu coletivo seguem no encalço do autor mineiro. E não será diferente com Marulho: O Caminho do Rio, peça que a trupe apresenta a partir de sábado em sua nova sede - um casarão nas proximidades do Largo da Memória, no Centro.Resultado de quase dois anos de pesquisa, a peça foi buscar no sertão de Minas Gerais o mote para a sua dramaturgia. Embrenhados pelo interior, encenador e atores foram reencontrar marcos da ficção rosiana. Em Grande Sertão: Veredas, Riobaldo e Diadorim se conhecem diante de um rio chamado De Janeiro.Foi a partir de lá que o Redimunho começou a sua busca e se perdeu pelos caminhos até dar no Rio São Francisco.Pelo trajeto, foram recolhendo histórias. Episódios de aura quase fantástica que povoam a imaginação dos sertanejos. É aí que Marulho encontra Guimarães Rosa, alerta o diretor, explicando que nunca se deteve especificamente na adaptação de uma obra do ficcionista, mas na apreensão de seu "universo".

 

 

 

 

 

 

 

 

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Um caminho muito semelhante àquele que eles já haviam trilhado em Casa, montagem de 2006 que lhes valeu o prêmio APCA de melhor texto, e Vesperais na Janela, de 2008. Foi exatamente o temor de se repetir que levou o grupo à tônica do novo espetáculo.Para além do material que alcançaram em suas pesquisas, os atores perceberam que era hora de se colocar em cena, de revelarem um tanto de suas questões e angústias.A montagem se desdobra assim em dois planos, explica Pompeu. Um devotado à ficção. Outro, voltado à realidade, pontuando as trajetórias desses artistas e seus embates constantes com a arte de representar. MARULHO: O CAMINHO DO RIOEspaço Redimunho. Rua Álva-ro de Carvalho, 75, Bela Vista, tel. 3101-9645 e 3237-4898. Sáb., 21 h; dom., 19 h. R$ 30.

 

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