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"O Esqueleto" é lançado após 30 anos de gaveta

Escritor lança hoje o primeiro dos seus mais de 80 romances, todos ambientados no Recife

Por Agencia Estado
Atualização:

Para escrever O Esqueleto, o pernambucano Pedro Matos dobrou as vértebras da solidão. Como enfermeiro da Marinha Mercante, passou 35 anos de sua vida no mar, longe da mulher e dos filhos. Ficava alguns dias em terra firme, depois embarcava, e passava um mês viajando, do Porto de Santos ao Japão, à Europa, ao Kuwait, a tudo quanto é canto. Quando possível, refugiava-se no camarote e mergulhava na literatura, atracado às palavras, em frente de vigias com vista para a inquietação. Essa inquietação transbordava para o papel e não deixava o jovem enfermeiro enlouquecer. Assim, como quem atravessa as escotilhas da alma, ele montou O Esqueleto, história passada na zona de prostituição do Recife da década de 40. Os originais ficaram inéditos por mais de 30 anos, na casa do escritor, no Rio. Hoje, aos 76 anos, Matos lança o romance, às 20 h, na livraria Letras & Expressões, em Ipanema. Matos diz que está estreando na hora certa. "Nunca tive pressa de publicar minha primeira obra. A gente tem de viver muito para escrever com maturidade. Para isso, também temos de sofrer e o sofrimento é um dos alimentos da criação literária." Como O Esqueleto, os seus mais de 80 romances inéditos são ambientados no Recife. "Sou louco por Recife. É um lugar que transborda amor." O Esqueleto conta as aventuras de dois rapazes que gastam tudo o que têm com cabarés, cervejas e outros vícios. Na infância pobre, os garotos sonham estudar Medicina e fazem um pacto: o primeiro a se formar tem de dar ao outro um esqueleto de presente. Antes mesmo de ser lançado, O Esqueleto seduz leitores ilustres. O imortal Josué Montello, na contracapa, elogia o autor: "Pedro Matos é realmente um escritor. Pude reconhecer-lhe os méritos na minha leitura (...) Estou certo de que ela me bastou para que lhe reconheça o talento, sobretudo na fixação dos meios e dos caracteres." Motivado pelo incentivo de Montello, Matos busca uma editora para publicar suas outras obras. O livro pode ser encomendado pelo e-mail oesqueleto@bol.com.br.

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